CRISE FINANCEIRA

Endividada, Ponte Preta enfrenta problemas

Presidente enalteceu as dificuldades em contratações; dívida do clube ultrapassa R$ 200 milhões

Wendell Coral
01/07/2022 às 19:24.
Atualizado em 02/07/2022 às 08:57
Presidente Marco Eberlin está contratando empresa de auditoria. Dívida deixa o clube em situação de instabilidade (Diego Almeida/PontePress)

Presidente Marco Eberlin está contratando empresa de auditoria. Dívida deixa o clube em situação de instabilidade (Diego Almeida/PontePress)

Alvo de críticas do torcedor da Ponte Preta, sobretudo após o rebaixamento confirmado no Campeonato Paulista e a campanha inconsistente na Série B do Campeonato Brasileiro, que faz com que o clube esteja na zona de rebaixamento há algumas rodadas, o presidente Marco Antônio Eberlin concedeu algumas entrevistas para as rádios de Campinas ao longo da semana.

Há um tempo sem aparecer por conta do momento delicado que a Macaca vive, o cartola falou sobre diversos assuntos - desde as dívidas gerais da Alvinegra, como também o planejamento para a sequência da temporada e a busca pela manutenção na segunda divisão nacional.

Depois de integrarem ao elenco o volante Rithely e o atacante uruguaio Leandro Barcia - este já oficializado -, o objetivo da Ponte Preta é trazer, para a janela de transferências que abre no dia 18, mais três jogadores: um zagueiro, um meio-campista e pelo menos mais um atacante.

A questão do atleta para armar as jogadas do time é o ponto principal. Com somente Fessin (tem jogado mais avançado) e Matheus Anjos, bastante criticado, para o setor, a Macaca mostra deficiência ofensiva, prova disso é o fato de ser o pior ataque da Série B com nove gols em 15 duelos.

Parte dos torcedores, em algumas oportunidades, tem pedido nas redes sociais o retorno de Renato Cajá. Aos 37 anos, o jogador acumula cinco passagens pela Alvinegra, está livre no mercado e tem residência fixa na cidade de Campinas.

“Nós já temos apalavrado um outro beirada de campo. Não posso dizer o nome porque ainda não está definido. Como o Fabrício saiu, estamos com dificuldades de zagueiro, mas já temos também um encaminhado, além disso, o Luanderson estava com o time de aspirantes e subiu, porém mesmo assim há a necessidade de mais um defensor, vai chegar”, analisou Marco Antônio Eberlin, em entrevista à Rádio Central de Campinas.

“Procuramos um jogador de meio-campo não tão jovem e nem tão velho, a ideia era de trazer um atleta na faixa de 27 anos, com experiência, sem sentir o peso da cobrança da torcida aqui, mas está difícil. O Renato Cajá não foi em momento algum procurado. O nome dele não esteve e não está na pauta da comissão técnica e nem do departamento de futebol”, acrescentou Eberlin, sem dar mais detalhes.

O mandatário justificou as dificuldades de se encontrar esse profissional para o setor mais carente do plantel pontepretano. Para o presidente, quem está na elite nacional vai tentar segurar ou até mesmo mandar para outro clube que esteja na Série A, restando, dessa forma, poucas opções disponíveis. 

“É simples, essa complicação se dá porque quem está jogando nos times grandes, lá de cima, vão esperar do dia 18 até o último momento para ver se não atingiu o limite de jogos para uma transferência e permanecer no Série A e tem também que aguardar os quatro grandes que estão na nossa divisão, eles não tendo interesse aí quem sabe a gente tenha chances. É o futebol do momento e eu tenho que fazer assim”, disse.

Outro tópico que não poderia deixar de ser abordado é o valor da dívida geral da Ponte Preta. Recentemente, ex-presidentes, como Vanderlei Pereira e Sérgio Carnielli, figura emblemática na história do clube, e atletas que já passaram pelo majestoso, além de ex-funcionários, acionaram a Macaca na justiça e, claro, fizeram com que esse valor aumentasse.

Apesar de não conseguir dizer o montante exato por conta de uma auditoria que será realizada por uma empresa do ramo, Marco Eberlin descreveu como está a atual situação da Associação Atlética Ponte Preta.

“Ultrapassa a casa dos R$ 239 milhões. Isso nos preocupa pois pode aumentar ainda mais. Eu esperava um clube endividado, mas temos mais de 100 milhões só com os ex-dirigentes. Cada semana cai uma ou duas”, finalizou

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