DETERMINAÇÃO

Emanuel, um campeão batalhador

Maior nome do vôlei de praia do Brasil, astro alcançou sucesso após superar vários obstáculos

Alison Ramalho Negrinho
28/05/2018 às 22:46.
Atualizado em 28/04/2022 às 10:28
Emanuel ao lado das três medalhas olímpicas que conquistou na carreira: ouro em Atenas, prata em Londres e bronze em Pequim (Divulgação)

Emanuel ao lado das três medalhas olímpicas que conquistou na carreira: ouro em Atenas, prata em Londres e bronze em Pequim (Divulgação)

Lendário, astro, craque, estrela...Os adjetivos para dimensionar a carreira de Emanuel são os mais variados. Nenhum deles, porém, se encaixa melhor do que "batalhador". O garoto que dividiu sua atenção entre o esporte e os estudos. O jovem determinado que diante das reprovações em vestibulares continuou tentando. O menino sonhador que saiu de casa cedo, sob a promessa aos seus pais de que se as coisas não dessem certo em três anos no vôlei de areia, retornaria e buscaria outro ganha pão. E o dia da volta nunca chegou, mas as conquistas sim, e elas vieram aos montes, nas mais importantes competições ao redor do mundo. Emanuel, que hoje inspira tantas crianças a se tornarem atletas, um dia também foi inspirado. E isso aconteceu em 1984, quando ele assistiu os Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos. Na ocasião, o vôlei de quadra do Brasil ficou com a prata, ao perder para os donos da casa por 3 a 0, mas a campanha foi suficiente para despertar a paixão no então garoto de 11 anos. "Fiquei fascinado e nisso aproveitei as aulas de educação física para me empenhar. Por sempre ter sido muito magro, eu não era bom nos esportes de contato, então, quando comecei no vôlei, vi que daria certo, eu saltava bem e isso fazia a diferença", contou. O jogador se dedicou tanto que com 17 anos chegou ao Clube Curitibano para disputar a Liga Nacional. Ao mesmo tempo, buscava ser aprovado nas faculdades de medicina. Foram diversas tentativas ao longo de três anos, sempre com a mesma resposta negativa no fim. Se nos estudos as coisas não corriam da melhor maneira, em quadra ele se deparou com outro problema, conforme relembra. "Vi que a geração seguinte tinha atletas maiores, mais fortes, e que meu futuro não seria tão longo, por isso optei pelo vôlei de praia." Jogos Olímpicos A mudança não poderia ter sido melhor e, em pouco tempo, o até então jovem indeciso se tornou um dos principais nomes da modalidade. Para praticar o vôlei de praia, Emanuel deixou Curitiba e partiu para Vitória-ES. Antes disso, ele fez uma promessa aos seus pais. "Me recordo de dizer para eles 'vou apostar tudo no esporte porque não consegui passar nos vestibulares. Caso em três anos eu não consiga ser um esportista, volto para casa e faço outra coisa da vida'. Isso foi em 1993, três anos depois eu estava na minha primeira Olimpíada, então cumpri com minha palavra." Os Jogos Olímpicos em questão foram os de Atlanta, nos Estados Unidos. O atleta fez dupla com Zé Marco e eles acabaram eliminados na terceira fase. "Minha ascensão foi meteórica, mas acredito que as técnicas que aprendi no vôlei de quadra foram essenciais", explicou. Já em 2004, na Olimpíada de Atenas, na Grécia, veio a consagração. Ao lado de Ricardo, Emanuel se sagrou campeão com uma vitória por 2 a 0 sobre os espanhóis Bosma e Herrera. "A medalha foi construída. Usei todo o insucesso que tive em 1996 e depois em 2000 como algo positivo. Quando você cumpre todos os passos e ganha, é como se fosse uma realização plena, porque uma medalha olímpica não é só uma final, são quatro anos se preparando, construindo o sentimento", resumiu o craque, que tem em seu currículo ainda um bronze nos Jogos de Pequim-2008, e uma prata nos Jogos de Londres-2012.

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