Estreia como profissional de Felipe Amaral foi em abril deste ano contra o Grêmio (Álvaro Jr/PontePress)
No dia 10 de janeiro deste ano, atuando no Estádio José Lancha Filho, em Franca, o jovem Felipe Amaral apareceu pela primeira vez para o torcedor da Ponte Preta. Acionado no segundo tempo da partida contra o Confiança-PB, o volante que na época tinha 18 anos participou da goleada por 5 a 1 e recebia oportunidade de mostrar seu futebol na Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Na equipe comandada por Eduardo Pacheco, Amaral era considerado o reserva imediato de Maurício, uma das sensações do sub-20 da Macaca no início da temporada. Na estreia da Copinha, diante do Juventude, não participou do empate em 1 a 1 e só passou a ser acionado nos jogos seguintes.
Ainda na principal competição de base do Brasil, Amaral recebeu a oportunidade de começar como titular sob o comando de Eduardo e assumiu uma das vagas entre os onze a partir da segunda fase. Foram 70 minutos em campo contra a Jacuipense e depois um tempo inteiro na eliminação para o Fluminense.
De volta para Campinas, Amaral se concentrava nas competições do sub-20 e precisava ganhar a confiança do novo treinador: Edson Abobrão. O ex-lateral da Ponte Preta e do Guarani assumiu o comando da equipe no início de fevereiro após a saída de Eduardo. Duas semanas depois, a diretoria executiva também optou por mudanças na equipe principal e apostou na experiência de Hélio dos Anjos.
Praticamente um mês depois de todas mudanças, o destino reservou um encontro entre Amaral, Edson Abobrão e Hélio dos Anjos. Precisando reforçar o elenco profissional após a queda no Campeonato Paulista, a comissão técnica foi convidada para acompanhar um jogo-treino do sub-20. As atenções inicialmente estariam voltadas para jogadores como Eliel, Vitinho, Maurício e Euller, mas foi Amaral quem chamou atenção.
“Eu estava conversando com o Edson (Abobrão) sobre algumas necessidades para iniciar a Série B e comecei a perceber um volante com facilidade em jogar no meio-campo. Ele virava a bola com o pé direito, depois virava com o pé esquerdo, marcava, saía para o ataque... Me chamou atenção. Era o Amaral”, explica o técnico Hélio dos Anjos.
Sem pestanejar e com poucos dias de trabalho antes de começar a Série B, Anjos promoveu Amaral ao elenco principal e arriscou a escalação do volante como titular logo na estreia contra o Grêmio. Dentro de campo, o atleta demonstrou muita personalidade aos torcedores presentes no Moisés Lucarelli.
Ascensão
Desde então, Amaral entrou em campo em 32 oportunidades. No início precisou lidar com a indisciplina e a quantidade de faltas. Só no primeiro turno desfalcou a equipe por duas vezes pelo terceiro amarelo. Mas passou a controlar o excesso nos lances e foi ganhando a confiança da comissão técnica.
“Quem revela o jogador é o clube. Sempre tive bem claro isso nos meus 38 anos de carreira, sendo oriundo da base antes de assumir a equipe profissional. Sempre tive a felicidade de encontrar jogadores com esse potencial. E com o Amaral foi assim, foi simples. Estou muito feliz e emocionado”, completou Hélio dos Anjos.
Em junho, na partida entre Ponte Preta e Sampaio Corrêa, olheiros dos Estados Unidos compareceram ao Moisés Lucarelli para acompanhar de perto o futebol de Léo Naldi, elogiado entre treinadores da Major League Soccer, a principal liga de futebol americano. No entanto, foi Amaral que chamou atenção.
A boa avaliação chegou até Ramon Menezes, técnico do sub-20 da Seleção Brasileira, responsável pela convocação do pontepretano para os amistosos contra o Chile nos dias 17 e 20 deste mês, em Santiago. Amaral será avaliado neste período como candidato a uma das vagas na convocação para o Sul-Americano, agendado para janeiro.
