O comandante bugrino, Marcelo Chamusca, não deixa de ter razão quando fala das oportunidades perdidas (Thomaz Marostegan/Guarani FC)
Um ambiente que não se via há muito tempo no Brinco de Ouro. O início da semana do Guarani foi tumultuado. Protestos da torcida contra a diretoria, média de público abaixo do esperado e longo jejum de vitórias. A derrota contra o Operário por 3 a 0, em casa, empurrou o time para uma situação ainda mais crítica na Série B.
O Alviverde conquistou apenas uma vitória em onze jogos disputados, segurando a lanterna há três rodadas. Este é o segundo pior início na competição, atrás apenas da campanha de 2019. Na época, comandado por Vinícius Eutrópio e depois por Roberto Fonseca, o Bugre também amargava na última posição, mas com seis pontos até a décima primeira rodada.
Mesmo nesse cenário adverso e improvável para quem brigou por acesso em 2021, além da classificação às quartas de final do Paulistão - dando trabalho ao Corinthians -, o técnico Marcelo Chamusca optou por um discurso de esperança. Segundo ele, o Bugre está apresentando números relevantes nas partidas, mas falta trabalhar o lado emocional para melhor definição e evolução dos resultados.
“Acho que está relacionado à parte emocional. Os números mostram que o último resultado foi enganoso. Tivemos mais finalizações, mesmo com um a menos no segundo tempo. A forma como a derrota foi construída realmente nos deixa muito chateados. Fui contratado para tirar o Guarani dessa situação. Já assumi equipes em situação complicadas. Estou preparado, junto com a diretoria, para tirar o time da situação atual”, afirma Chamusca.
O comandante bugrino não deixa de ter razão quando fala das oportunidades perdidas. O Guarani finalizou mais do que seus adversários em oito das onze partidas na Série B. É a equipe que mais cria oportunidades entre os 20 participantes. Por outro lado, a falta de pontaria tem sido um problema. São apenas seis gols marcados no campeonato, sendo que os atacantes marcaram apenas duas vezes: Bruno José contra o Náutico e Lucão do Break diante do Vila Nova.
“Não adianta a gente falar de performance se não tiver resultados. A gente precisa ganhar de qualquer maneira. Não adianta criar sem aproveitar. Finalizamos 16 vezes e não aproveitamos”, completou.
Críticas
Desde a saída de Daniel Paulista, o Guarani não venceu. Ben-Hur Moreira comandou a equipe em três empates consecutivos contra Ponte Preta, Tombense e Vasco da Gama. Depois, sob comando de Chamusca, foram três partidas com derrotas para Sampaio Corrêa e Operário, além do empate contra o Vila Nova. Quatro pontos dos dezoito disputados desde a despedida da antiga comissão técnica.
Todo esse retrospecto significa uma iminente luta contra o rebaixamento? Não necessariamente. Em 2019, mesmo com apenas seis pontos em onze jogos, o Bugre terminou a competição com 44 pontos no 13º lugar. Em 2020, a classificação final foi a mesma, desta vez com 48 pontos. Mas na décima primeira rodada, a equipe ocupava o 17º lugar com nove pontos.
A projeção da diretoria no início da temporada era bem diferente. “Quando a gente começou a montar essa equipe no começo do ano, inclusive, com a nossa antiga comissão técnica, dizendo que o elenco tinha mudado de patamar, acreditamos em um panorama diferente. Infelizmente começamos mal, mesmo com um time competitivo. Entendo que hoje a nossa briga não é pelo acesso, mas sim para sair da zona de rebaixamento”, aponta o presidente Ricardo Moisés.
O dirigente ainda garantiu que conta com o superintendente Michel Alves, principal alvo das manifestações dos torcedores..
“Tanto o Michel Alves quanto a comissão técnica têm o respaldo do Guarani. A gente precisa ter tranquilidade, dar sequência e sair desta situação”, encerrou.
