Em boa fase, Paraizo crê em reação do Guarani

As vaias ao técnico Júnior Rocha no momento em que Luccas Paraizo foi substituído durante o segundo tempo contra o Paysandu foram uma amostra de que a torcida do Guarani está poupando o recém-chegado atacante e apostando nele.

Com dois gols em quatro jogos, determinação em campo e discurso apaixonado nas entrevistas, Paraizo, aos poucos, começa a ensaiar uma identificação com o clube.

No entanto, torcida e jogador sabem da necessidade de uma resposta do Guarani dentro de campo, para que vínculos sejam criados entre time e arquibancada.

De sua parte, o jovem atacante de 21 anos promete não abrir mão do empenho para evoluir como atleta e contribuir com a reação da equipe na Série B.

O momento que deflagrou uma sintonia entre Paraizo e torcida aconteceu na partida contra o Botafogo-SP, no Brinco de Ouro, pela quarta rodada.

Aos 20 minutos do segundo tempo, ele recebeu a bola ainda no campo de defesa, deu um “tapa” na frente, ganhou na corrida do marcador e finalizou para as redes na saída do goleiro.

Foi o segundo gol da única vitória do Guarani até agora na Série B. Paraizo havia entrado durante o jogo na vaga de Caio Dantas, que saiu contundido, apresentou seu cartão de visitas e, desde então, se mantém como titular.

Em sua última entrevista, antes da partida contra o Paysandu, pela rodada passada, Paraizo investiu na ousadia e disse que a velocidade o torna um centroavante diferenciado dos demais.

Ele chegou ao Brinco credenciado pela marca de 36,9 km/h que atingiu no ano passado pela Portuguesa em uma partida da Copa Paulista contra o Santo André.

O número levou o jovem a igualar o galês Gareth Bale como o quarto jogador mais rápido do futebol. Paraizo, no entanto, diz que busca mais.

“Estou me empenhando muito para ser ainda mais rápido. Não posso me acomodar”, comentou.

Dias antes, o atacante tinha marcado o seu segundo gol pelo Guarani ao aproveitar indecisão da defesa do América-MG, em jogo no Brinco de Ouro.

A equipe, no entanto, perdeu de virada por 2 a 1, o que ampliou a insatisfação do torcedor. Paraizo pediu paciência.

“O que está acontecendo são infelicidades. Não tem explicação”, comentou. “Mas não tenho dúvidas de que iremos recuperar esses pontos perdidos. Sei que é difícil para o torcedor, mas precisa ter um pouco de paciência. O trabalho está funcionando. É questão de tempo. Já tivemos evolução.”

Ao comentar seu momento individual positivo no clube, ele dividiu os méritos com os companheiros. “O pessoal está dando tudo, se dedicando ao máximo, se entregando em campo”, elogiou.

VIRADA

O atacante aposta numa virada da equipe a partir do duelo de terça-feira.

“Tivemos pouquíssimos treinos com o Júnior e, depois desse período que vamos ter para ajustar, tenho certeza que não vai ter para ninguém”, falou referindo-se ao contexto atual com nove dias de treinos, entre a última partida e a diante do Mirassol, fora de casa.

Apesar do momento difícil da equipe, Paraizo se sente bem no Brinco. Ele defende o trabalho de Rocha e agradece as orientações que recebe dos jogadores mais experientes.

Na sua entrevista de apresentação, o jogador mostrou empolgação com a nova casa.

“Fiquei impressionado com a estrutura do clube”, comentou na ocasião, enfatizando ainda a reação depois da negociação concretizada.

“Liguei para meu pai, que é de Americana, e soltamos um grito e choramos juntos no telefone”, revelou o jogador, que deve ser mantido como titular na partida de terça-feira.

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