Eberlin admite atraso na infraestrutura em relação aos concorrentes (Diego Almeida-Pontepress)
O presidente da Ponte Preta, Marco Antonio Eberlin, envolvido no processo de montagem do elenco para a próxima temporada, admitiu que o clube faz uma corrida contra o tempo para não ficar defasada em relação aos principais concorrentes no futebol brasileiro. O dirigente avisou que o investimento em infraestrutura deve continuar nos próximos anos para deixar no passado a rotina de campanhas e de rebaixamentos, como aconteceu na última edição da Série B do Campeonato Brasileiro, quando a Alvinegra terminou na 17ª colocação com 38 pontos ganhos.
"Eu assumo a responsabilidade dos insucessos da Ponte Preta, mas eu preciso esclarecer para o torcedor que isso pode voltar a ocorrer no futuro se deixarmos de fazer o que estamos fazendo aqui", disse o dirigente em entrevista a Rádio Bandeirantes de Campinas.
Eberlin não tem pudor de tocar o dedo na ferida. Ele aponta que a Macaca perde de vários clubes em relação às condições de trabalho oferecidos aos jogadores e integrantes de comissão técnica. "Antigamente, a Ponte suplantava todos eles e os jogadores queriam atuar, pois Campinas era o centro do futebol brasileiro", disse Eberlin.
O quadro mudou, segundo ele, porque a Ponte teve sua infraestrutura deteriorada por administrações anteriores e isso se reflete no gramado, quando o time passa a fazer campanhas modestas ou luta contra o rebaixamento. Consciente de que o torcedor não se importa com as justificativas, Eberlin considera que a missão é fazer com que a equipe volte a atuar em grande estilo em 2025.
"Estamos com dificuldades para fazer a bola entrar por essa falta de infraestrutura", disse. Para Eberlin, a Macaca está atrasada em relação aos concorrentes como Mirassol, CSA, CRB ou até do Paysandu, que recebe ajuda do poder público para encher o caixa. "A comissão técnica tentou contratar um jogador e o Paysandu ofereceu R$ 170 mil para esse jogador. Eles têm investimento do município e nós não temos", lamentou Eberlin.
A questão financeira não é ignorada por Eberlin. Ele cita as dívidas de administrações anteriores como fator que atrapalha o clube. Erros cometidos pela diretoria executiva, entretanto, são citados por Eberlin como decisivos para o rebaixamento. Ele cita, por exemplo, a demora em perceber a perda de validade do trabalho de Nelsinho Baptista junto ao elenco. "Eu deveria ter trocado em um certo momento e quando mexeu não deu (tempo). Isso é erro do presidente", admitiu Eberlin, sem esquecer a sequência de expulsões nas rodadas finais.
"A Ponte Preta teve pelo menos oito jogos em que tinha condições de ganhar, saiu na frente e tomou a virada e com um ou dois jogadores a menos", explicou o dirigente, que não renegou a má fase técnica de Elvis em determinada passagem do campeonato. "E não existia um jogador de qualidade para substituí-lo", disse.
Na montagem da nova estrutura para a próxima temporada, Eberlin nomeou João Brigatti como coordenador de futebol e contratou Alberto Valentim para ser o treinador a partir do Campeonato Paulista, cuja estreia será no dia 15 de janeiro contra o Novorizontino na casa do adversário.
JOGADORES
As contratações oficiais que serão feitas nos próximos dias são as do goleiro Diogo Silva, ex-Paysandu e Vasco; o zagueiro Saimon, que atuou a última Série B pelo CRB. O clube ainda repatriou o lateral-esquerdo Artur, e o lateral-direito Maguinho, que atuou pelo Atlético-GO. Também foram contratados o volante Rodrigo Souza, cuja última passagem foi pelo São Bernardo e o atacante Jean Dias, ex-Paysandu e Internacional. A Macaca acertou ainda o empréstimo de Pedro Vilhena, vinculado ao São Paulo e que jogou a segundona nacional pelo Sport (PE).
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