Lyoto Machida já alcançou o topo do mundo com o título da categoria meio-pesado do UFC
Lyoto Machida começou a treinar caratê aos 3 anos com o pai e uma década depois já era carateca faixa preta: disciplina fez toda a diferença (Divulgação)
Um filho de pai japonês com mãe baiana e que cresceu no Belém do Pará fazendo o que mais gostava: praticar caratê. A disciplina, o foco e a vontade de vencer levaram Lyoto Machida ao topo do mundo. O "Dragão", como é conhecido, foi campeão da categoria meio-pesado do Ultimater Fighting Championship (UFC), sendo até hoje apontado como uma das referências no esporte. Aos 3 anos, Lyoto iniciou os treinos com seu pai Yoshizo Machida. Uma década depois, era carateca faixa preta. "A transição para atleta foi natural. Quanto mais eu me dedicava ao esporte, mais aprendia com ele e mais queria evoluir. Assim, vieram as primeiras competições e o sonho de ser campeão foi se construindo. É o mesmo sonho que ainda me move hoje", contou. Foram inúmeros torneios ganhos até a decisão de migrar para as artes marciais mistas. "O esporte estava despontando e era muito desafiador combinar mais de uma luta em um confronto. Isso me moveu a escolher esse caminho." Apesar de sua base ser o caratê, Machida também praticou sumô e jiu-jitsu na infância. Mais tarde, aprendeu muay thai e wrestling. A combinação e seu talento fizeram com que estar no octógono com o Dragão fosse um verdadeiro pesadelo. São 24 vitórias e oito derrotas no mundo do MMA. Depois de oito triunfos consecutivos, veio a chance no UFC, em 2007. Na franquia, Lyoto continuou apresentando um vasto repertório, com socos, chutes e cotoveladas que enchiam os olhos dos aficionados. "As principais dificuldades estão em ajustar o treinamento técnico adequado para cada uma das lutas e também a preparação mental para cada confronto. O desafio é encontrar o ponto de equilíbrio correto na preparação para conseguir entrar bem na luta e conseguir fazer um bom trabalho para ter um bom resultado", revela. E após aprender desde cedo com seu pai que a batalha interna é sempre a mais importante, Machida superou temidos adversários como Tito Ortiz e Thiago Silva, tendo pela frente a luta mais especial de sua carreira, valendo o cinturão dos meio-pesados, contra o americano Rashad Evans. Os dois chegaram para o UFC 98 invictos e protagonizaram um duelo eletrizante. Depois de um primeiro round de estudos, o brasileiro partiu para cima do adversário no segundo e conseguiu um belo nocaute, que desmaiou o rival. "Essa luta marca a realização de um sonho, de um grande objetivo, de tudo que foi planejado na minha vida desde que eu decidi ser um lutador de MMA e mirei ser um campeão." Lutador mais temido de sua categoria então, Lyoto fez a primeira defesa de cinturão contra o também brasileiro Maurício Shogun e venceu por decisão unânime. Menos de um ano depois, eles realizaram a revanche, que acabou vencida por Shogun. O Dragão destacou que não é possível comparar a batalha para chegar ao cinturão com a de mantê-lo. "Foi um desafio que teve sua importância. Ser campeão e se manter como campeão são duas situações diferentes, nas duas existem momentos importantes e desafios diferentes. Chegar ao topo exige um tipo de esforço, você precisa descobrir qual é o seu caminho para estar nesse lugar. Se manter exige outro tipo de preparação, é preciso lidar com a fama, com os compromissos e todo entorno da conquista."