Sistema defensivo tomou 55 gols em 38 jogos: foi o pior desempenho desde 2018
Nilson Junior foi utilizado no elenco rebaixado na Série B (Marcos Ribolli)
No processo de reformulação que será inaugurado antes da estreia no Campeonato Paulista, a diretoria executiva da Ponte Preta está consciente que o sistema defensivo deverá receber uma atenção especial após a baixa produtividade registrada na Série B do Brasileirão. A Macaca foi rebaixada na 17ª colocação com 38 pontos. Os 55 gols sofridos (média de 1,44 por jogo) só foram inferiores ao Ituano, que tomou 63 gols e terminou como a defesa mais vazada da competição.
Os números são negativos sob qualquer ângulo. O índice é o pior apresentado pela Alvinegra desde que retornou para a segundona nacional em 2018. Naquele ano, levou 30 gols. Em 2019, a defesa pontepretana foi vazada 39 vezes. O resultado é superior ao da temporada de 2020, que registrou 49 gols tomados. A defesa, no entanto, foi compensada pela produtividade ofensiva, pois o time fez 54 gols e foi o melhor ataque da competição, acima até do Juventude, que subiu na terceira posição e com 52 gols feitos. Sob o comando de Gilson Kleina, a Ponte Preta na Série B de 2021 sofreu gol em 40 oportunidades.
Na gestão de Hélio dos Anjos, a defesa foi ultrapassada em 36 oportunidades. No ano passado, a Ponte terminou com o pior ataque da Série B com 24 gols. O sistema defensivo, entretanto, segurou o alicerce da equipe e registrou 35 gols, média de 0,92 por partida.
Ao fazer a comparação, a média de gols sofridos no ano passado, de 0,92, teve o acréscimo de 56,52% na média da edição deste ano. Ao fazer a soma das sete edições em que participou na Série B, a Ponte Preta disputou 266 partidas e sofreu 284 gols, o que resulta em média geral de 1,06 por partida. Quando confrontada com a média no geral, a Macaca, nesta edição de Série B, registrou um crescimento de 35,84% - de 1,06 para 1,44.
Não faltaram tentativas para estancar a peneira defensiva. Tanto Nelsinho Baptista (como João Baptista) buscou diversas formações de duplas de zaga nas opções do elenco que eram Castro, Mateus Silva, Edson, Luis Haquin, Nilson Junior, Joilson, Sérgio Raphael e Thiago Oliveira, o único que não foi utilizado nas 38 rodadas.
No ano passado, o elenco tinha como opções Fábio Sanches, Guilherme Souza e Thomaz Kayck, que acabaram dispensados. Permaneceram no grupo Matheus Silva, Castro, Edson e Thiago Oliveira.
O melhor resultado defensivo na Série B foi na campanha de 2018, quando terminou na quinta colocação com 60 pontos e com 30 gols sofridos. Os técnicos Doriva, João Brigatti e Marcelo Chamusca tiveram como opções os zagueiros Renan Fonseca, Wesley Matos, Reginaldo, Luan Peres, Nathan Silva e Reinaldo.
ESPERANÇA
Para retomar a produtividade desejada para o sistema defensivo, o torcedor pontepretano nutre esperança com base as palavras do coordenador de futebol, João Brigatti, que prometeu montar o elenco com respaldo do presidente Marco Antônio Eberlin.
"A palavra nossa aqui o torcedor pode acreditar. O presidente me deu carta branca para trabalhar no futebol. Não venho pôr meu nome de brincadeira na Ponte, eu sei o tamanho dessa instituição, nasci aqui", disse o dirigente, que reforçou o seu discurso otimista.
"Sabemos que estão todos tristes, magoados, com dor na alma pelo rebaixamento, mas a vida continua. Precisamos do apoio da nossa torcida. É uma reconstrução na Ponte", disse Brigatti.
Por enquanto, duas contratações foram definidas. O lateral-esquerdo Artur, ex-Água Santa (vai para a terceira passagem pelo clube), além do volante Rodrigo Souza, ex-São Bernardo. Nenhuma dispensa foi definida no elenco.
A primeira etapa da temporada de 2025 será o Campeonato Paulista, cuja rodada inicial será a partir de 15 de janeiro. A Macaca está no Grupo D, ao lado de Palmeiras, São Bernardo e Velo Clube.
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