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Carlo Carcani: As 'injustiças' na volta do futebol

Carlo Carcani/AAN
correiopontocom@rac.com.br
01/07/2020 às 10:36.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:32

(AFP)

Os clubes paulistas foram autorizados a retomar os treinos presenciais a partir de hoje, cerca de 40 dias antes da data em que a CBF planeja iniciar o Campeonato Brasileiro. O técnico do Santos, Jesualdo Ferreira, criticou a proposta da CBF por enxergar um prejuízo aos clubes paulistas. Como em alguns estados os treinos foram retomados há algumas semanas e os times já estão até disputando partidas oficiais pelos regionais, o português afirma que os paulistas terão uma significativa desvantagem física no início. Tecnicamente, o treinador do Peixe tem razão. Mas a questão é que será impossível para a CBF e mesmo para as federações promoverem um retorno "justo". No Paulistão, por exemplo, as "injustiças" serão gritantes com equipes do interior que tiveram seus elencos desmontados durante a paralisação do futebol. No caso da data de abertura do Brasileirão (9 de agosto), ponto específico criticado por Jesualdo, a CBF não tem o que fazer. Como as decisões dos governadores são diferentes em cada estado, a entidade não tem como esperar o prazo necessário para que todos tenham um período adequado de treinamento. O calendário não permite. É certo que o Brasileirão vai ocupar datas dos primeiros meses de 2021 e ainda não se sabe se a Copa do Brasil e a Libertadores também serão concluídos. É provável que tanto a CBF como a Conmebol desejem realizá-los, o que tornará o calendário naturalmente problemático em algo bem mais apertado. A CBF não tem como esperar que todos estejam em situação de igualdade. O impacto da pandemia no esporteé comparável apenas ao que o mundo assistiu durante a Segunda Guerra Mundial. A diferença é que agora quase todas as modalidades atingiram um nível de profissionalismo inimaginável na década de 1940. Adiar ou cancelar um grande evento naquela época era algo desagradável, mas bem mais simples no que se refere à logística e, principalmente, aos contratos de patrocínio e TV. A pandemia vai afetar a economia mundial de forma ainda incalculável e a indústria do esporte está dentro desse bolo. Não será possível recomeçar em condições de igualdade e os prejuízos nas mais diversas modalidades serão grandes. Ainda assim, retomar os campeonatos do jeito possível será melhor do que cancelá-los. Com tantos clubes extremamente dependentes das cotas de TV, um ano sem Campeonato Brasileiro seria muito pior do que iniciar a competição com times em estágios diferentes de preparação física. É uma temporada atípica e não adianta cobrar da CBF uma solução para todos os problemas.   Carlo Carcani é coordenador de esportes do Grupo RAC E-mail: carlo@rac.com.br

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