luta de braço

Campineira embarca para o Mundial

Com 58 anos e muita disposição, a campineira Helenice Souza Almeida embarca hoje de noite para Antalya, na Turquia, onde disputará o Campeonato Mundial

Alison Negrinho
10/10/2018 às 08:54.
Atualizado em 06/04/2022 às 17:01

Com 58 anos e muita disposição, a campineira Helenice Souza Almeida embarca hoje de noite para Antalya, na Turquia, onde disputará o Campeonato Mundial de Luta de Braço. A experiente atleta está classificada para competir nas categorias sênior, master e Grand Master e espera trazer para o Brasil medalhas de ouro. "A minha expectativa é imensa. Vamos lá, é mais um. Com esse, é o 24º Mundial que disputo, consegui várias medalhas de bronze e prata, mas ouro mesmo só uma vez, em 2009 na Itália. Quem sabe não consigo de novo? Já estou com saudades. Já fiquei em primeiro lugar em diversas ocasiões no Campeonato Brasileiro, só que no exterior é muito complicado, o pessoal tem uma preparação melhor, técnicas diferentes", disse. Helenice concilia seu trabalho de jornaleira com a rotina de treinos. Ela vai na academia três vezes na semana (segunda, quarta e sexta-feira) para praticar musculação e no sábado se reúne com sua equipe para fazer uma atividade mais técnica. Segundo ela, falta muito apoio das entidades locais para a modalidade. "É complicado, eu tenho que arcar com todos os custos da viagem para o Mundial. Alguns amigos me ajudam como podem, com R$ 50, R$ 200... Uma colega até me deu uma cafeteira. É a primeira vez que estou indo zerada. Não tenho dinheiro nem para a passagem. Precisei de um empréstimo para comprar as passagens, já fiz rifa também", explicou. Apesar de todas as dificuldades encontradas, a campineira não cogita parar de competir. "É uma coisa que eu gosto muito. Já me falaram para parar, mas eu me sentiria incompleta, como se faltasse algo em minha vida." Na edição deste ano do Mundial, Helenice chegará apenas algumas horas antes da pesagem, por conta das escalas que seu voo fará. "Isso dificulta, ainda mais porque lá fora eles vão em peso. Os adversários mais complicados são da Rússia, Cazaquistão e Estados Unidos, mas enquanto eu tiver forças vou competir e tentar vencer", concluiu.

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