GUARANI

Campeão Zé Carlos morre aos 73 anos

Líder do time de 1978, ex-meia morava em Belo Horizonte e não vinha bem desde que sofreu um AVC

Carlos Rodrigues
13/06/2018 às 07:33.
Atualizado em 28/04/2022 às 12:35
Atleta mais experiente do time campeão brasileiro, Zé Carlos chegou ao Brinco para conduzir uma equipe formada por garotos: presente em 29 das 32 partidas da campanha (Cedoc/RAC)

Atleta mais experiente do time campeão brasileiro, Zé Carlos chegou ao Brinco para conduzir uma equipe formada por garotos: presente em 29 das 32 partidas da campanha (Cedoc/RAC)

A coletividade bugrina se despediu ontem de um de seus campeões. Faleceu em Belo Horizonte, aos 73 anos, o ex-volante Zé Carlos, um dos titulares da campanha do Guarani no título brasileiro de 1978. A causa da morte não foi divulgada, mas ele não vinha bem de saúde desde que sofreu, há dois anos, um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e ficou com dificuldade para falar e se locomover. Mineiro de Juiz de Fora, Zé Carlos nasceu em 28 de abril de 1945. Começou no futebol nas categorias de base do Sport Club Juiz de Fora, mas acabou se profissionalizando no Cruzeiro e foi lá que começou a acumular as primeiras glórias. Em mais de 13 anos na Raposa, conquistou dez campeonatos estaduais, uma Taça Brasil — em final contra o Santos de Pelé — e uma Libertadores. No clube, disputou 633 partidas e foi, por muito tempo, o jogador que mais atuou pelo clube até ser superado pelo goleiro Fábio. Aos 33 anos, Zé Carlos foi indicado pelo também mineiro Carlos Alberto Silva e aceitou o convite para defender o Guarani graças ao desejo da família de residir em São Paulo. Ele era o mais experiente atleta de um time recheado de garotos e que, no início do Brasileiro, ninguém dava nada. Jogo a jogo, porém, o Bugre foi surpreendendo o País até se consagrar campeão na final diante do Palmeiras. Sempre como titular, o meia esteve presente em 29 das 32 partidas da campanha. "Era uma pessoa maravilhosa e humildade. Um baita profissional, que só me ajudou. Eu era um garoto e ele sempre me mostrou o caminho certo para seguir. Em 1978, foi o nosso comandante. Era impressionante o respeito que a gente tinha por ele", diz o ex-meia Renato, que conviveu de perto com Zé Carlos. "Ele morava do lado do Brinco de Ouro, toda segunda-feira fazia um churrasco e fazia questão que todos os jogadores fossem na casa dele. É uma perda muito grande." Apesar das passagens marcantes por Cruzeiro e Guarani, Zé Carlos teve poucas oportunidades na Seleção Brasileira — jogou oito partidas e marcou um gol. Muito tempo após a aposentadoria, ele voltou a trabalhar no Bugre cuidando das categorias de base e depois seguiu para Belo Horizonte. Acabou pedindo demissão do Cruzeiro antes de sofrer o AVC e, ontem, não resistiu. Zé Carlos é o quarto campeão brasileiro de 78 a morrer — os outros são o lateral-direito Mauro, o goleiro Neneca e o técnico Carlos Alberto Silva.

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