O volante Richard Ríos, 22 anos, se destacou no futsal pela Colômbia até chegar ao Flamengo (Lucas Figueiredo / CBF)
A presença de jogadores estrangeiros no futebol brasileiro não é uma novidade. Muitos se tornaram ídolos ao longo da história: o paraguaio Arce no Palmeiras, o argentino D'Alessandro no Internacional, o uruguaio Pedro Rocha no São Paulo, o sérvio Petkovic no Flamengo e o peruano Guerrero no Corinthians. Ainda é possível citar outros gringos como Seedorf, Valdívia, Forlán, Rodolfo Rodriguez, Aristizábal, Sorín, Tévez, Doval, Gamarra, Hugo de León, Figueroa, Rincón, Pedro Rocha e muitos outros.
Desde a abertura da janela de inverno, no último dia 18 de julho, o futebol brasileiro abriu as portas para mais contratações de fora. A CBF registrou mais de 82 jogadores estrangeiros atuando no Campeonato Brasileiro. O número supera o recorde de 2020, quando 77 gringos atuaram no país. O número vem crescendo a cada temporada desde o início da era dos pontos corridos, em 2003, quando apenas nove estrangeiros atuaram na competição nacional.
O Guarani não fica de fora desta relação. Para driblar a concorrência do mercado interno e também a limitação financeira, o departamento de futebol ampliou os horizontes para o futebol sul-americano. O volante colombiano Richard Ríos, de 22 anos, estava atuando no futebol mexicano, emprestado pelo Flamengo. O atleta retornou ao Brasil após um período no Mazatlán, ex-clube de Giovanni Augusto. Ele assinou vínculo com o Bugre até dezembro de 2023.
Mas Ríos não será o único estrangeiro no plantel alviverde. O meio-campista argentino Alexis Alvariño, de 21 anos, foi cedido por empréstimo de uma temporada pelo Boca Juniors. Capitão do time sub-23 em Buenos Aires, Alvariño foi promovido ao elenco principal e relacionado para jogos da Libertadores. Apesar de não ter sido aproveitado, foi elogiado pela comissão técnica e emprestado para ganhar experiência no Brasil, agora vestindo a camisa do Guarani.
O atacante da Seleção Boliviana, Bruno Miranda, também foi procurado pela diretoria. Aos 24 anos, o atleta se firmou como peça fundamental do Bolívar, equipe do ex-bugrino Bruno Sávio, marcando 13 gols em 26 jogos. O time, comandado pelo brasileiro Antônio Carlos Zago, está em período de amistosos na Europa.
História
Contar com jogadores de outras nacionalidades não é uma novidade no Guarani. Foram registrados pelo menos 25 estrangeiros ao longo da história no departamento profissional. O primeiro a se destacar foi o zagueiro argentino Gritta. Ele defendeu as cores do Alviverde entre 1949 e 50. Depois, o paraguaio Vasquez permaneceu como atacante do clube entre 1954 a 56.
Mas ninguém teve mais sucesso entre os estrangeiros do que Jesus Villalobos. No ano de 1955, o Guarani viajou pela primeira vez ao exterior, mais precisamente ao Chile. No dia 10 de abril, em amistoso contra o Deportes Rangers, da cidade de Talca, a partida terminou empatada em 1 a 1, mas marcou a estreia do atacante peruano. Villalobos está na lista dos maiores artilheiros da história do Guarani com 87 gols marcados.
O clube teve as mais variadas nações representadas durante os 111 anos de história. O alemão Schingiry foi um dos zagueiros do clube na década de 70, o croata Jovicevic era uma das grandes apostas em 2000 e a dupla de sul-coreanos Kim Jiseok e Jae Wook era atração nos treinamentos de 2016.
Antes dos nomes anunciados nesta semana, o Paraguai era o recordista de jogadores estrangeiros na história do Guarani com seis representantes. A lista é completada por Colômbia (5), Argentina (4), Uruguai (3), Coréia do Sul e Peru (2), além de Alemanha, Croácia e Tunísia (1).
O último estrangeiro a defender as cores do Guarani foi o colombiano Pablo Armero. Jogador de duas edições de Copa do Mundo, o lateral atuou apenas por três jogos e não deixou saudades.
