COMEMORAÇÃO

Bugre, 112 anos de história e tradição

Há um bom tempo, entretanto, o Bugre tenta recuperar o posto de credibilidade no cenário nacional e inicia uma importante caminhada neste domingo

Júlio Nascimento
02/04/2023 às 11:28.
Atualizado em 02/04/2023 às 11:28
Guarani comemora neste domingo 112 anos (Thomaz Marostegan/Guarani FC)

Guarani comemora neste domingo 112 anos (Thomaz Marostegan/Guarani FC)

Há 112 anos, o campeão brasileiro de 1978 registrava seus primeiros passos. O nome Guarani foi inspirado em uma das obras mais conhecidas do maestro Carlos Gomes, um dos símbolos da cidade.

E por falar em influência, o Bugre inspirou centenas de torcedores com o futebol apresentado dentro de campo, principalmente nos anos áureos dos seus grandes craques como Careca, Renato, Neto, Evair, Amoroso, Djalminha e Luizão. 

Há um bom tempo, entretanto, o Bugre tenta recuperar o posto de credibilidade no cenário nacional e inicia uma importante caminhada neste domingo.

Justamente no seu aniversário de fundação, o Bugre vê André Marconatto assumir o Conselho de Administração ao lado dos vices Rubens Vicente Júnior, Adriano Marconatto, Erik Augusto Franco de Godoy, Romulo Aleksander Moreno Amaro, Adriano Hintze e Gustavo Rosolen.

Apoiado pelo agora ex-presidente Ricardo Moisés, Marconatto toma posse da cadeira presidencial em momento de transição dentro e fora dos gramados. 

Reformulação

Após o Campeonato Paulista, a equipe passou por uma debandada de jogadores importantes. Kozlinski foi para o Fortaleza, Luciano Castán aceitou proposta do Cruzeiro e Richard Ríos foi negociado com o Palmeiras. 

Giovanni Augusto pediu para deixar o clube para acertar com o Vitória, enquanto Jamerson Bahia se valorizou nos últimos meses e recebeu propostas de equipes diferentes. Já entre os liberados estão Lucas Marques, Leandro Vilela, Yago Henrique, Bruno Michel e Jenison. 

O objetivo do novo Conselho de Administração é fortalecer o plantel. Marconatto e o departamento de futebol optaram por um treinador com identidade no Brinco de Ouro: Bruno Pivetti participou de boa parte dos anos da equipe. Na época de infância e adolescência, frequentava as arquibancadas do clube. Agora, buscando engrenar na carreira de treinador, volta para casa para ajudar na retomada do Alviverde.

Mas um dos desafios é driblar a limitação financeira do Guarani. Desde 2019, quando Ricardo Moisés assumiu, o Guarani mantém uma filosofia cautelosa na administração das contas para evitar o que foi muito comum na década passada: salários atrasados, jogadores e treinadores entrando na Justiça e pouca credibilidade no mercado. 

André Marconatto quer seguir com o clube organizado para abrir o caminho para a chegada de um novo modelo de administração: a Sociedade Anônima do Futebol. Em 112 anos, o Bugre foi guiado pelo tradicionalismo desde as arquibancadas até o prédio administrativo. Nos últimos meses, estuda a modernização da gestão justamente para alcançar voos maiores dentro de campo. 

Saldo de Ricardo Moisés

O ex-presidente do Guarani assumiu o Conselho de Administração em agosto de 2019 após o afastamento de Palmeron Mendes Filho. Com ele, o Bugre contratou sete treinadores, efetivou um e ainda contou com dois interinos. 

Thiago Carpini, com 1 ano e uma semana de trabalho, foi o treinador mais longevo. Foi com o ex-zagueiro, atualmente no Água Santa, que Ricardo Moisés viu a equipe se livrar do rebaixamento na Série B de 2019 e bater na trave da classificação no Campeonato Paulista de 2020.

Aliás, apesar de não ter conseguido brigar efetivamente por acesso no Campeonato Brasileiro, Ricardo Moisés viu o Guarani voltar a disputar um mata-mata do Paulistão depois de nove anos. Em 2021, sob o comando de Allan Aal, a equipe se classificou às quartas de final e foi eliminada nos pênaltis para o Mirassol. No ano seguinte, chegou na fase eliminatória contra o Corinthians e também caiu nas penalidades. 

Administrativamente, o saldo foi positivo. Ricardo Moisés comemorou a diminuição da dívida trabalhista, hoje inferior a casa dos R$ 10 milhões. O próximo passo dos novos dirigentes é acompanhar o processo de Recuperação Judicial, avaliado em R$ 59 milhões para sanar os débitos com os credores.

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