Elvis e Douglas durante ação no jogo contra o Ituano (Marcos Ribolli)
A conquista da liderança na Série C do Campeonato Brasileiro provocou uma série de reflexões na Ponte Preta sobre os motivos que explicam o desempenho sólido desde o Campeonato Paulista — interrompido brevemente apenas na eliminação para o Concórdia, na fase inicial da Copa do Brasil.
Encabeçando a comissão técnica contra o Ituano, devido à suspensão do técnico Alberto Valentim, o auxiliar Douglas Leite destacou que o sucesso vai além da produção dentro de campo. “É muito difícil montar um grupo com valores humanos. É um orgulho imenso trabalhar com esses caras, independentemente do que aconteça na competição”, disse o auxiliar, com passagens por Taubaté e Ituano. “Eles estão correndo muito, e a semana deles foi ótima”, completou.
Douglas Leite ressaltou o desafio de construir uma convivência saudável diante do calendário apertado, com jogos semanais e um modelo de montagem de time distinto daquele utilizado no Paulistão. “Esta segunda competição é diferente. No Campeonato Paulista temos jogos em cima de jogos, com pouco tempo para treinar. Há uma rotatividade maior”, afirmou.
Para ele, cada dia de treino é uma oportunidade de aprendizagem. “Na Série C, os jogos são semanais. Aí vemos o caráter do atleta. Muitas vezes, ele pensava que estava fora de um jogo do Paulistão, mas no próximo estaria. Na Série C, não. Não há grande rotatividade. O jogador se machuca e perde tempo para se recuperar. E aí destaco o comportamento deles. Eles são muito parceiros uns dos outros.”
Foi nesse ambiente de união que a comissão técnica celebrou o retorno do centroavante Jeh, que entrou aos 30 minutos do segundo tempo e marcou o gol da vitória aos 46. “O que mais machuca o atleta profissional são as lesões. Literalmente. O Jeh passou por momentos difíceis nestes seis meses. Só quem está na pele sente”, disse Leite.
Ex-goleiro com passagens por vários clubes, Douglas Leite destacou a força mental de Jeh. “Nem todo dia o jogador está 1.000 por hora, com autoestima alta. Tem dia que o lado emocional pesa. Ele é muito querido pelo grupo por ser como é. Tanto que todo o banco foi comemorar o gol com ele. É camisa 9 como poucos.”
EXPECTATIVA
Na vitória contra o Ituano, fora de casa, na última segunda-feira, centenas de torcedores da Macaca marcaram presença no estádio Novelli Júnior, em Itu. Até mesmo o técnico da equipe adversária, Mazola Júnior, falou sobre a quantidade de torcedores. Para ele, a Macaca “jogou em casa”, pelo fato da torcida ter apoiado o time durante todo o jogo. Invicta na Série C do Campeonato Brasileiro, a expectativa é de um bom público no próximo sábado, às 19h30, diante do Brusque no Majestoso.
Retornos
Para a partida de sábado, contra o Brusque, no estádio Moisés Lucarelli, o técnico Alberto Valentim voltará ao banco de reservas. Também retorna o lateral-esquerdo Artur, suspenso pelo cartão vermelho diante do Anápolis.
A vitória sobre o Ituano reforçou o bom retrospecto da Ponte Preta como visitante. Em dez jogos entre Paulista, Copa do Brasil e Série C, são sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota — justamente contra o Concórdia. O aproveitamento é de 76,6%.
Na Série B do ano passado, em contraste, a equipe somou apenas nove dos 38 pontos fora de casa, com 15,8% de aproveitamento.
A diretoria ainda não divulgou a política de ingressos para o duelo contra o Brusque. Segundo o regulamento da Série C, o valor mínimo permitido é de R$ 10. No jogo contra o Anápolis, o bilhete custou R$ 20, mas há promessa de preços mais acessíveis ao longo da competição.
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