Em recuperação na Série B, elenco e torcida da Macaca comemoram boa fase (Álvaro Jr./PontePress)
Nesta quarta-feira, 11 de agosto, a Ponte Preta completa 122 anos. A paixão mais antiga do futebol brasileiro, como gosta de proclamar seus torcedores, nasceu em Campinas através de Miguel do Carmo, Luiz Garibaldi Burghi, Antonio Oliveira, Alberto Aranha, Dante Pera, Zico Vieira e Pedro Vieira da Silva.
Mas os capítulos recentes de uma história tão importante no futebol decepcionaram o torcedor. O clube, antes sinônimo de união e vínculo familiar, se transformou conflituoso politicamente. A missão de mudar o panorama negativo dos últimos anos ficou sob responsabilidade de Marco Antônio Eberlin, mas a primeira experiência na presidência não foi positiva.
Após problemas na montagem do elenco e baixo rendimento dentro de campo, a Ponte encerrou a mais longeva sequência dos últimos tempos de um time do interior na elite do Campeonato Paulista. Foram 23 anos consecutivos na primeira divisão, interrompidos pelo rebaixamento em campanha que deixou o time na vice-lanterna geral do Estadual.
A partir deste momento, a busca por reconstrução era confrontada pela incerteza dos torcedores. Mas a diretoria acreditou na reviravolta mesmo com um início ruim na Série B do Campeonato Brasileiro. A equipe comandada por Hélio dos Anjos conseguiu uma arrancada para sair do Z-4.
Volta às origens
Responsável por revelar grandes craques para o cenário nacional como Dicá, Carlos Gallo, Oscar, Polozzi, Edson Boaro, Juninho Fonseca, Chicão, Osvaldo, André Cruz, Luís Fabiano, a Macaca voltou a apostar nas categorias de base para superar contratações de pouco sucesso.
Hélio dos Anjos contou com jogadores jovens que rapidamente corresponderam dentro de campo, como os volantes Felipe Amaral (18 anos) e Léo Naldi (20), o lateral Jean Carlos (19) e o atacante Eliel (19).
Aliás, o centroavante é uma das grandes sensações do sub-20. Ele marcou 15 gols em 16 jogos disputados. Promovido ao profissional, entrou em campo contra o Náutico e marcou o gol da vitória.
“Eu me realizo mais lançando jogador do que ganhando títulos, e olha que já ganhei muitos. Gosto de ver jogador que lanço ganhando dinheiro e ficando rico, mas tem que ter cabeça boa para ser um bom profissional e buscar seu espaço. Fico muito feliz por todos esses jogadores talentosos”, explicou Hélio dos Anjos.
Outra aposta do treinador foi o zagueiro Douglas Mendes, de 18 anos. O defensor participou de oito partidas da Macaca na Série B, chamou atenção de grandes clubes e foi negociado com o Red Bull Bragantino. Os valores não foram confirmados, mas se aproximam dos R$ 12 milhões.
Reorganização financeira
A venda de jogadores revelados pela Macaca, assim como ocorreu com Ivan no início do ano, faz parte da estratégia de Marco Antônio Eberlin para reequilibrar as contas do clube. Em entrevista recente ao Correio Popular, o presidente reafirmou que a dívida do clube já se aproximava dos R$ 250 milhões.
“Sabemos da condição financeira precária. Há anos que a Ponte Preta tem um déficit orçamentário gigantesco. É foco da nossa gestão reduzir déficit orçamentário, arrumar uma engenharia econômica e parar de endividar o time. Nos últimos 15 anos, fora o ex-presidente Sérgio (Carnielli), acredito que tivemos tranquilamente mais 150 milhões de endividamento entre impostos, fornecedores e ex-atletas”, explicou Eberlin.
Após conviver com salários atrasados, principalmente no segundo semestre de 2021, a Macaca reorganizou sua estrutura financeira para o departamento de futebol profissional e ainda movimentou o mercado com contratações chamativas como Lucca, Leandro Barcía, Élvis e Everton, que estavam na Série A.
