Meia diz que dedicação independe da situação dos salários
A polêmica sobre os salários atrasados na Ponte Preta continua rendendo assunto. Ontem, o meia Alex Maranhão, que já havia falado sobre o problema depois da vitória sobre o Cuiabá, por 3 a 1, publicou um vídeo na internet a respeito do "suposto áudio" atribuído a ele em que falou abertamente não ter recebido os meses de abril e maio. O próprio técnico Jorginho, que tem evitado falar sobre o assunto, chegou a dizer em entrevistas que o motivo de Julio César e Renato Kayzer deixarem o clube foi por não concordarem com a "política de pagamento" . "Independentemente de qualquer situação, irei honrar meu compromisso com a Ponte Preta e lutarei com todas as minhas forças para conquistar o acesso e o título", disse Maranhão, em publicação foi feita por seus empresários e não por ele. Mas, seja qual for o desfecho, existe até o risco que a Macaca seja punida com perda de pontos. Isso porque o regulamento geral do Brasileiro da Série B, em seu artigo 17, diz que "o clube que, por período igual ou superior a 30 dias, estiver em atraso com o pagamento de remuneração, conforme pactuado em Contrato de Trabalho Desportivo, ficará sujeito à perda de três pontos por partida a ser disputada, depois de reconhecida a mora e o inadimplemento por decisão STJD". Mas, para tranquilizar um pouco a situação dos dirigentes, é preciso que o atleta prejudicado (ou atletas), advogado ou o sindicato faça a denúncia por escrito ao STJD. Se isso acontecer, o clube ainda ganha 15 dias cumprir com suas obrigações, sem prejuízo às penalidades administrativas previstas no RGC. No entanto, é preciso ficar atento porque outras partes interessadas (clubes rivais, por exemplo) podem se apresentar como parte em denúncia à procuradoria do STJD. Aí, caberá ao procurador-geral analisar se o reclamante é legítimo para denunciar. Até hoje, o único caso de punição a clube com perda de pontos por salário atrasado foi do Santa Cruz, em decisão de 2017 do STJD referente ao Brasileiro do ano anterior. Na ocasião, o time pernambucano já tinha sido rebaixado. Em 2018 e 2019, a procuradoria do STJD não fez nenhuma denúncia sobre atraso salarial em relação à clubes das séries A e B. Algo mais próximo disso só aconteceu no ano passado quando os jogadores do Sport solicitaram que pagassem o direito de arena, mas não pediram notificação ao clube. Além disso, não informaram o problema para o STJD e à CBF para o clube não fosse prejudicado.