JULIANNE CERASOLI

Esperança rossa

Julianne Cerasoli
31/07/2015 às 22:08.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:56

Meio segundo por volta. Foi a vantagem que vimos Sebastian Vettel obter sobre Nico Rosberg nas primeiras voltas do GP da Hungria, quando ambos estavam com pneus macios e livres de tráfego. Mas como isso foi possível? Será que a performance da Ferrari frente à Mercedes na Hungria indica que teremos um novo campeonato? Por mais que muitos torcedores estejam esperando há mais de um ano pelo momento em que os alemães serão seriamente ameaçados, a lógica aponta para o contrário. Uma série de fatores permitiu a vitória de Vettel em Budapeste, assim como já havia acontecido na Malásia. Portanto, apesar de ser impossível descartar que o tetracampeão consiga repetir o feito, isso deve estar longe de ser a tônica da temporada nas nove etapas restantes. Primeiramente, o circuito de Hungaroring está entre os favoráveis ao carro italiano, que já se provou especialmente eficiente em pistas mais travadas. O segundo fator foi a “ausência” de Lewis Hamilton na disputa: o inglês havia sido o mais rápido em todas as sessões e demonstrou quando teve pista livre durante a corrida que tinha o melhor conjunto; porém, seus próprios erros o colocaram fora da disputa, enquanto Rosberg passou todo o final de semana perdido em termos de acerto. O terceiro foi a leitura ruim que a Mercedes teve das mudanças pelas quais a pista passaria com a queda de temperatura entre os treinos livres e a corrida, algo que já era previsto desde a sexta-feira. O quarto foi o erro estratégico de Nico Rosberg, ao colocar os pneus duros e copiar a tática ferrarista quando os macios demonstravam um rendimento muito superior. E o quinto, e não menos importante, claro, foi a largada ruim. A quantidade de itens que saíram do controle da Mercedes dá a dimensão de sua vantagem. Por outro lado, dois fatores estão a favor do time italiano: existe um descompasso nas fases de desenvolvimento dos carros de Ferrari e Mercedes. E, na Hungria, a Scuderia deu um passo adiante, enquanto é esperado que os alemães o façam nas etapas seguintes. Contudo, a grande esperança ferrarista está nas largadas. Hamilton já vinha reclamando desde maio, mas só nas últimas duas etapas ficou claro que as configurações de embreagem não estão bem acertadas na Mercedes. Com a diminuição significativa da interferência dos engenheiros neste tipo de procedimento a partir da próxima etapa, na Bélgica, esse problema pode se agravar. Reside aí a chance tanto dos italianos, quanto da Williams, que deve voltar a andar bem nas pistas mais velozes que teremos pela frente.

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