Espécies brasileiras integram lista dos 25 primatas ameaçados
O macaco-caiarara e o bugio-marrom estão entre os que podem desaparecer
Um estudo divulgado pela IUCN (International Union for Conservation of Nature, União Internacional para a Conservação da Natureza, em português) mostrou que o Brasil tem duas espécies de macacos na lista dos 25 primatas mais ameaçados de extinção em todo o mundo.
O macaco-caiarara (Cebus kaapori) e o bugio-marrom (Alouatta guariba guariba) correm risco de desaparecer da natureza em breve devido ao impacto do desmatamento, caça e outras ameaças. A Ásia lidera a lista, com nove macacos na lista. A ilha de Madagascar aparece em segundo, com seis primatas entre os que podem desaparecer.
O caiarara foi descoberto no país em 1992 e a maioria da população desses animais podia ser encontrada na região da Amazônia Oriental, principalmente nas regiões leste do Pará, no Maranhão e nas proximidades do Rio Tocantins. Já o bugio-marrom, descrito pela primeira vez em 1812, tem como habitat uma área restrita próxima ao Rio Jequitinhonha, na região de Minas Gerais.
O documento
A pesquisa da IUCN foi divulgada na COP-11 da Biodiversidade, conferência da ONU sobre Diversidade Biológica, que acontece em Hyderabad, na Índia. O documento pediu providências urgentes das autoridades para que macacos, lêmures e outros primatas não sejam extintos em vários pontos do mundo.
"Este relatório mostra que os primatas do mundo estão sob ameaça crescente de atividades humanas. Embora não perdemos qualquer espécie de primatas ainda durante este século, alguns deles estão muito próximos ", disse Christoph Schwitzer, chefe de pesquisa da BCSF (Bristol Conservation and Science Foundation, Fundação Bristol de Conservação e Ciência, em português).
"Em particular os lêmures são hoje um dos grupos mais ameaçados do mundo de mamíferos, após mais de três anos de crise política e de uma falta de fiscalização eficaz no seu país de origem, Madagascar. Uma crise semelhante está acontecendo no Sudeste da Ásia, onde o comércio de vida selvagem está trazendo muitos primatas muito perto da extinção", concluiu.