MEMÓRIA PRESERVADA

EsPCEx promove evento para homenagear a FEB

Objetivo da iniciativa é transmitir às novas gerações informações sobre o papel dos brasileiros na Segunda Guerra

Bianca Velloso/ [email protected]
21/05/2023 às 10:43.
Atualizado em 21/05/2023 às 10:43
Muitos campineiros aproveitaram a manhã de sábado para prestigiar o evento em homenagem aos integrantes da FEB, na EsPCEx (Rodrigo Zanotto)

Muitos campineiros aproveitaram a manhã de sábado para prestigiar o evento em homenagem aos integrantes da FEB, na EsPCEx (Rodrigo Zanotto)

A Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas, realizou no sábado (20) um evento para homenagear a Força Expedicionária Brasileira (FEB). A celebração ocorreu na sede da EsPCEx e foi aberta ao público. Os visitantes puderam observar exposições de veículos militares antigos (havia modelos originais e réplicas), maquetes, uniformes dos pracinhas e também armamento da época. Além disso, também ocorreu a apresentação da Banda Oficial da unidade militar e demonstração de atividades sobre a FEB na Itália.

O comandante da EsPCEx, coronel Marcus Augusto Bastos Neuvald, destacou que o evento é um tributo à FEB. "Eles fizeram um trabalho belíssimo, reconhecido pelos principais exércitos do mundo. Então,nada mais justo do que fazer esta homenagem àqueles que dedicaram sua vida e profissão para o combate de uma causa justa. Por isso estamos fazendo o evento no dia de hoje (sábado), voltado também para a comunidade de Campinas e do nosso entorno. Também é destinado a nossos alunos, futuros oficiais, que estão no início da sua formação profissional, para que eles possam levar essas referências sobre nossos antepassados que fizeram muito pelo futuro do Brasil", declarou.

O presidente da Associação de Expedicionários Campineiros (AExCamp), César Augusto de Azambuja Silva, enfatizou que o evento é fundamental para assegurar que a memória permaneça viva. "A FEB fez parte da história. Foi um movimento único no Brasil, por isso é importante manter a história viva". Ainda como forma de eternizar o feito desses personagens da história, a associação abrirá um museu em sua sede, que fica na região central de Campinas, dentro de 4 meses.

Viúvas e familiares dos membros da FEB, que lutaram na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) na Itália, estavam no local para participar das homenagens. Entre os 25 mil homens que desembarcaram na Itália entre 1944 e 1945, estavam 328 campineiros. Atualmente, não há mais nenhum pracinha de Campinas vivo.

Terezinha Odete Lucy de Ângelo é viúva do cabo Valdomiro de Ângelo. Ela disse que estava contente por estar no evento. "Eu fico muito feliz de ver todas essas homenagens para eles. Eles merecem muito mais". Liliana de Ângelo Andrade, que é filha do cabo de Ângelo, ressaltou a importância da homenagem. "É sempre bom comemorar e divulgar essa história. Infelizmente, o país não tem muito essa tradição de preservar a memória".

A filha do major Pedro Beraldo, Iara Beraldo Azambuja Silva, disse acreditar que a educação é um caminho para perpetuar o legado dos pracinhas. "Esse evento é um resgate da história. Os feitos dos pracinhas foram enormes e muito importantes para a Itália. Por falta de conhecimento, o Brasil não valoriza esses feitos". O pai de Iara contava histórias da guerra para a filha. Passagens sobre a situação precária no país europeu foram as que mais marcaram. "Ele contava que as casas foram invadidas e os italianos ficaram sem comida. Os soldados brasileiros, apesar de estarem ocupados no combate, repartiam os alimentos com os italianos".

O pai de Vânia Maria Pierre Jacomino, o segundo sargento Geraldo Pierre, também relatava momentos vividos nas trincheiras da guerra para a filha. "Papai foi à guerra. Ele contava muitas passagens. A que me marcou mais foi quando ele aprisionou três alemães e pediu para eles abaixarem as calças e depois os levou para o acampamento como prisioneiros", disse Vânia, que acredita que o evento realizado no sábado é uma forma de não deixar a história morrer, em especial porque os combatentes brasileiros na Segunda Guerra sofreram muito, e isso não pode passar despercebido.

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