Três monumentos do memorial fazem referência às principais obras do artista: O Guarani, Lo Schiavo e Maria Tudor
Suspeita de comerciantes da região é que as esculturas são furtadas por usuários de drogas, que vendem o material para comprar entorpecentes. ( Janaína Ribeiro/ ANN )
Inauguradas há menos de 10 anos, esculturas de ferro e placas de identificação do Memorial Carlos Gomes, localizadas sob o Viaduto Laurão, foram depredadas por vândalos e usuários de drogas. Os três monumentos do memorial fazem referência às principais obras do artista: O Guarani, Lo Schiavo e Maria Tudor. Duas esculturas tiveram pedaços serrados e furtados, e as três placas de identificação das peças também foram levadas. A suspeita de comerciantes da região é que as esculturas são furtadas por usuários de drogas, que vendem o material para comprar entorpecentes. Dois seguranças de uma empresa terceirizada fazem a ronda no local 24 horas. No entanto, a reclamação é que eles passam praticamente o tempo todo dentro da guarita. As esculturas foram colocadas entre as avenidas Princesa d'Oeste e José de Souza Campos (Norte-Sul) em dezembro de 2006, após a entrega das obras de ampliação do sistema de saneamento e emissário de esgoto. A obra foi realizada pela Prefeitura e a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa) para conter as enchentes e recebeu investimento de aproximadamente R$ 20 milhões. "Tinha uma placa de metal que arrancaram para vender e um pedaço de uma escultura também foi tirado. Nunca vi ninguém tirando, mas ouvi esse comentário que foram usuários de drogas. Também havia uma bem grande, acho que de cobre, mas um carro bateu e ficaram só os pilares de concreto", contou o frentista Sérgio Pereira, que trabalha em um posto em frente ao viaduto. Segundo ele, a fiscalização é precária e os seguranças não vigiam a região de maneira constante. "Aqui tem guarda 24 horas para olhar isso, mas não fazem a ronda. Ficam mais dentro da guarita do que fora", completou.Uma comerciante que não quis se identificar com medo de represárlias, também confirmou que pedaços das esculturas teriam sido furtadas por usuários de drogas. "Com certeza foram eles. Já quebraram tudo, não tem manutenção. Eles deixam mais ou menos quebradas para quando trouxerem uma ferramenta. Os guardas são terceirizados e não saem da guarita. Antes via sempre, mas não vejo mais, passo o mês sem ver", disse.A Prefeitura informou que a responsabilidade pela manutenção no espaço é da Sanasa. A autarquia, por sua vez, disse que as ações de vandalismo no local, praticadas por usuários de drogas, são constantes e que reforçará a segurança no local. A Sanasa afirmou, ainda, que entrará em contato com os artistas responsáveis pelas obras para avaliar a possibilidade de restauro. As placas de identificação serão recolocadas em breve e o material utilizado será mais simples do que o original, produzido em bronze. Ainda não há data para que as intervenções no memorial sejam realizadas.