Vídeo retrata Campinas durante a quarentena

Um vídeo poético e melancólico, que retrata a cidade de Campinas durante o isolamento, tem feito sucesso nas redes sociais desde a véspera do relaxamento da quarentena. A produção de 3:50, conta com imagens do fotógrafo Carlos Bassan, passeia pelas principais vias do Centro, e tem como trilha sonora a música Quem Sabe, do maestro Carlos Gomes, na voz de Lúcia Godoy. O material foi publicado no último domingo, dia 7 e conta com centenas de compartilhamentos. No vídeo, a agitadíssima Rua Treze de Maio - sempre tomada por consumidores -, vazia, dá ênfase às pessoas em situação de rua. Estátuas usando máscara, denunciam que vivemos tempos excepcionais, o que fica explícito com as principais avenidas, como a Francisco Glicério, Moraes Sales, entre outras, sem o fluxo intenso de outrora. A população precisou ficar em casa para lutar contra um inimigo invisível, mas que ameaça a estrutura da saúde e da economia. As imagens mostram tradicionais bares e shoppings fechados, com estacionamentos vazios. O pôr do sol ganha destaque. Talvez para nos lembrar que sempre há um novo dia e que sempre podemos recomeçar. Os parques fechados contrastam com os hospitais abertos e o de campanha sendo montado. Muita gente recebendo máscaras dentro dos ônibus e nos terminais. É preciso se proteger, mas é também preciso comemorar cada pessoa que conseguiu vencer a Covid-19 e recebeu alta sob aplausos. Tudo isso foi bolado pelo jornalista e produtor de vídeos Marcos Rogatto, que produz comerciais, vídeos corporativos, entre outros e que também não pôde trabalhar durante a pandemia. "Sou amigo do (Carlos) Bassan, que já trabalhou no Correio Popular, vi fotos dele, e comentei que é um momento histórico, triste, mas que a gente tinha que registrar. Não podia deixar passar. Fiz imagens em movimento de pontos da cidade e juntei com as fotos. A música é do Carlos Gomes para ficar ainda mais campineiro", explica Rogatto. Ele conta que algumas imagens não entraram no vídeo. "Fiz imagens da tragédia, de covas em cemitério, hospitais lotados, mas não quis colocar a tragédia. As pessoas querem estar nas ruas, nos bares, trabalhando e não reclusas. Mas isso vai passar", diz confiante. O vídeo tem feito bastante sucesso. Apenas no facebook, até a conclusão deste texto, contava com pelo menos 170 curtidas e 290 compartilhamentos. "Lindo retrato da cidade", trazia um comentário. "Vídeo sensível, real, histórico", dizia outro. “Líndíssimo vídeo, parabéns. É um marco na história de Campinas. Excelentes imagens de tempos difíceis", completou outro. O produtor deseja que a sociedade saia melhor do episódio. "Meu desejo é que o ser humano se aprimore. Que depois desse susto as pessoas pensem um pouco mais no próximo. A desigualdade é gigantesca. Principalmente em regiões que não têm atendimento, como a Amazônica. Lá em Paraisópolis, como as pessoas vão se isolar. Tem 10 mil na mesma rua", questiona. "A doença é desigual. O atendimento é desigual. Gente morrendo em casa, sem notificação. Minha esperança é que as empresas comecem a se doar mais, como estão se doando agora", conclui Rogatto. O vídeo também pode ser visto no link https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=10220192984327491&id=1613312045&sfnsn=wiwspwa&extid=xGGuYBOrh9hZ93Nw&d=w&vh=i