gabriela mustafá

'Uma mulher para casar e outra para se divertir'

Em seu début nos folhetins - sua estreia na dramaturgia foi na minissérie Dois Irmãos, inspirada no livro homônimo de Milton Hatoum, exibida pela Globo no ano passado

Da TV Press
21/04/2018 às 17:54.
Atualizado em 28/04/2022 às 06:23
Gabriella Mustafá: protagonismo no horário nobre é privilégio raro (Divulgação)

Gabriella Mustafá: protagonismo no horário nobre é privilégio raro (Divulgação)

Estar em uma novela das nove é privilégio para poucos atores - principalmente entre iniciantes. O fato, por si só, já seria digno de comemoração para a jovem Gabriella Mustafá, de apenas 20 anos. Mas, em O Outro Lado do Paraíso, a atriz se deparou com uma personagem cheia de nuances e reviravoltas. Em seu début nos folhetins - sua estreia na dramaturgia foi na minissérie Dois Irmãos, inspirada no livro homônimo de Milton Hatoum, exibida pela Globo no ano passado -, ela celebra a oportunidade de começar já com um papel de peso no horário mais nobre da tevê. “Realmente é uma oportunidade que não esperava que fosse chegar tão cedo”, jura. Na trama de Walcyr Carrasco, Melissa teve uma trajetória cheia de altos e baixos. No início, se apaixonou por Diego, de Arthur Aguiar. “Ali era uma jovem recatada, apaixonada, disposta a tudo para viver esse amor”, relembra. No entanto, a lua-de-mel não durou muito tempo. Logo depois de seu casamento, o jovem geólogo se recusa a fazer sexo com a mulher, visando “manter a pureza” dela. “Ela fechou os olhos para os indícios de que ele era um machista. Quando a Carina apareceu grávida dele, o mundo dela caiu”, diz ela, citando a personagem de Malu Rodrigues. Depois da decepção amorosa, ela decide trabalhar no bordel de sua rival, chamando a atenção de Diego. “Ela quis se vingar dele, mostrar que ela também podia ser desejada”, opina. Na reta final, Melissa e Diego se reconciliaram, para o alívio de sua intérprete. “Acredito muito no amor e acho que o deles é real”, defende. Tantas mudanças exigiram dela uma preparação especial para estar em O Outro Lado do Paraíso. Além de fazer workshops com o elenco e ler alguns textos de Nelson Rodrigues - “Tem muito essa pegada da mulher para casar e da mulher para se divertir”, compara -, Gabriella também entrou em contato com muitas mulheres que sofreram dramas parecidos com o de sua personagem. “A gente acha que não é um tema comum, mas recebi muitas mensagens de mulheres que já passaram por situações como a da Melissa”, revela. Para ela, está aí a importância de estar em uma novela como a atual das nove. “É uma novela que aborda temas machistas, mas que defende o feminismo, que fala sobre a força da mulher, do poder que ela tem de se reinventar”, reflete. Natural de Apucarana, no Paraná, a veia artística de Gabriella se manifestou cedo. Formada em balé clássico, ela começou a fazer teatro ainda criança na escola. “Sempre gostei, as coisas foram acontecendo e eu fui levando a sério a minha escolha”, relembra. Por isso, quando terminou o Ensino Médio, decidiu se mudar sozinha para São Paulo, então com 17 anos. “Precisava tentar e me propus a fazê-lo por um ano. Se tivesse que dar certo, ia dar. E deu”, diverte-se, dizendo que decidiu entrar na faculdade de História como plano B. Logo surgiram os primeiros testes para Dois Irmãos, do diretor Luís Fernando Carvalho. Depois de muitas audições, ela conseguiu o papel de Zana, que seria interpretada também por Juliana Paes e Eliane Giardini. “Foi mágico porque a trama tinha muito a ver com a minha história pessoal. Meu avô é libanês e meu pai morou lá por oito anos”, relembra.

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