CULTURA

Um passeio pelo Japão

O maior festival japonês do interior paulista acontece neste final de semana em Campinas e permite conhecer melhor os valores, a cultura e as tradições do país

Cibele Vieira/[email protected]
08/06/2024 às 10:07.
Atualizado em 08/06/2024 às 10:07
O Festival do Japão terá apresentações de karaokê, demonstrações de judô e karatê, de grupos de tambores, danças folclóricas japonesas, demonstrações de Kenko Taisso (ginástica da saúde) e shows com bandas, além de feira de produtos (Divulgação)

O Festival do Japão terá apresentações de karaokê, demonstrações de judô e karatê, de grupos de tambores, danças folclóricas japonesas, demonstrações de Kenko Taisso (ginástica da saúde) e shows com bandas, além de feira de produtos (Divulgação)

A 18ª edição do Festival do Japão em Campinas começa hoje (dia 8) e segue amanhã (dia 9) com uma programação cultural e gastronômica intensa no Instituto Cultural Nipo Brasileiro, com entrada gratuita. O visitante conhecerá a estrutura do Instituto criado na cidade há 72 anos e que abrigará o evento em todas as suas instalações. Os shows e apresentações culturais (de música, dança, lutas marciais, desfiles) serão no palco do salão principal, onde acontecem também as oficinas artesanais. No andar superior, estarão as exposições de leques, quadros, origamis e ikebanas. Na área lateral, ficará a praça de alimentação, com comidas típicas, e no ginásio estarão os expositores com produtos orientais de moda, beleza, saúde, joias e bijuterias, acessórios, decoração, plantas, pets e outros.

O Instituto Cultural Nipo Brasileiro de Campinas foi criado em 1951 e se tornou uma referência da cultura japonesa, dedicado à sua preservação e divulgação entre os descendentes e a sociedade. O Festival integra a agenda oficial de eventos da cidade, que coincide com a semana da Comunidade Japonesa e é realizado com o apoio de cerca de 200 voluntários. “Cada edição é uma oportunidade para evoluir e aprimorar, tornando-se um dos mais destacados eventos culturais no calendário, não apenas de Campinas, mas de toda a região”, explica o presidente da instituição, Tadayoshi Hanada.

Embora a entrada seja gratuita, há um pedido de solidariedade aos visitantes, que podem doar um quilo de alimento não perecível que será entregue a entidades beneficentes da cidade. A expectativa para este ano é receber cerca de 10 mil pessoas.

“O Festival do Japão é uma oportunidade imperdível para mergulhar na riqueza e diversidade da cultura nipônica”, afirma a diretora cultural Cida Kobayashi, responsável pelas exposições. Ela ressalta que será feita também uma homenagem póstuma às muitas pessoas da comunidade que faleceram durante a pandemia e no período pós-covid, por meio das obras de Kozue Tsubamoto, que usava técnicas diversas (pintura a óleo, aquarela, nankin, grafite, carvão, pintura em seda e mosaicos).

SHOWS E APRESENTAÇÕES

Hoje, o evento começa às 10h com apresentações de karaokê, shows de música, demonstrações de judô e karatê, de grupos de tambores (taikô), danças folclóricas japonesas por grupos locais e da região, demonstrações de Kenko Taisso (ginástica da saúde) e shows com bandas.

Amanhã, haverá concurso de Cosplay (anime), além de apresentações de Aiki-Do, shows musicais e danças tradicionais e folclóricas por grupos de várias idades. Essas demonstrações artísticas ocupam o palco nos dois dias, das 10 às 20h.

A cantora Isadora Kataoka fará uma apresentação especial com a participação de um elenco de 25 pessoas, sendo 10 delas crianças, no final da tarde de domingo. Ela explica que foi organizado “um show muito emocionante com a participação especial de crianças de várias etnias e com deficiência. As músicas japonesas serão interpretadas por Isadora e a dança terá a participação do grupo Mitsuba. “Será um momento que trará a integração de todas as pessoas, ajudando assim, a promover a cultura e valores japoneses pelo Brasil afora”, diz a cantora. Nessa apresentação, haverá também a exibição de um vídeo com a música "Heal the World" (Michael Jackson).

ARTES ORIENTAIS EXPOSTAS 

Uma galeria de artes diversa e curiosa foi montada para este festival, revelando a sutileza artística dos orientais. Os leques, tanto os fixos (utiwa) quanto os dobráveis (sensui) e os de decoração, ocupam boa parte da galeria por representarem um simbolismo de status para os japoneses desde a Antiguidade. “Antes, eles eram usados apenas pela monarquia, mas com o tempo foi se popularizando. Pelo tipo de leque e material usado, era possível perceber o nível social da pessoa”, relata Cida Kobayashi. Os dobráveis eram feitos por artistas, com muitos filetes de bambu, aplicação de seda, madrepérola e outros materiais e arranjos que tornavam a peça uma obra de arte. Entre as peças expostas há exemplares vindos de Gifu (cidade irmã de Campinas) e confeccionados em papel de arroz, madeira e tecido.

O artista Eduardo Galatti exibirá seus retratos desenhados a lápis e seus desenhos no estilo mangá. Os tradicionais origamis (dobradura em papel) também viram obras de arte nessa exposição, por meio de peças confeccionadas por Kazue Taciro. Ela apresenta desde quadros e objetos de decoração, até sutilezas como marcadores de livro e brincos. A exposição inspira quem quiser aprender a arte da dobradura, por meio de oficinas gratuitas que acontecem durante todo o evento. Haverá também oficinas de Shodo (a arte da caligrafia japonesa), que é ensinada nas escolas japonesas como uma forma de cultivar valores e desenvolver o foco, a disciplina e a concentração.

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