Festivais como o Rock in Rio procuram segmentar as atrações musicais em dias diferentes, tendo em vista que o público, em sua maioria, compra ingresso para um dia de evento (Divulgação)
O Rock in Rio Lisboa 2022 mostrou que o mundo está mais do que preparado para voltar a celebrar a música em um grande festival. Está eufórico! E os dois fins de semana do evento em terras portuguesas foi um grande aquecimento para quem está de olho na Cidade do Rock, que está em fase de montagem para ser aberta ao público em setembro, no Rio de Janeiro.
"Em Portugal foram quatro anos para voltarmos a ter o festival, por causa da pandemia, e foram muitas inseguranças e adiamentos. Mas vivemos um estado de graça e alegria com esse retorno. É o resgate de ser feliz", comemora Roberta Medina, vice-presidente executiva do Rock in Rio. Este, de fato, foi o clima visto pelas ruas e gramados do Parque da Bela Vista, em Lisboa, casa da edição portuguesa, durante seus quatro dias que reuniram 287 mil pessoas que cantaram, dançaram e vibraram ao som de diversas performances musicais.
É a primeira vez que vai acontecer no mesmo ano tanto a edição de Portugal quanto a do Rio de Janeiro - frequência que irá se manter para os eventos seguintes. "Por um lado, fica mais puxado para nós da organização, mas por outro é bacana poder fazer esse 'esquenta' [para a edição no Brasil]", analisa a vice-presidente. Ela revela que não significa um line-up "casado" entre as duas edições, afinal a proximidade de tempo entre uma e outra inviabiliza muitos contratos com artistas por causa da logística.
Se Lisboa viu os shows de Anitta, Ney Matogrosso, Ivete Sangalo, Duran Duran e Francisco el Hombre - grupo que foi formado em Campinas -, o Rio verá Iron Maiden, Justin Bieber, Guns N' Roses, Green Day e Dua Lipa. Dois artistas marcam presença nos dois palcos: Post Malone e Jason Derulo. "No Brasil temos o que vimos em Lisboa extrapolado. Não só porque o evento é maior, mas também o nosso público está um tanto acima em nível de vibração", indica a executiva sobre o que mais esperar em setembro. "Em Portugal foi um marco e no Brasil também será um marco de celebração da vida". Se depender do público, é possível. Os ingressos para todos os dias do Rock in Rio 2022 já estão esgotados.
Festival de todas as tribos
Outra característica bem evidente em Lisboa e que deve se repetir no festival brasileiro é a segmentação do público por dias, a depender da seleção do line-up. Por exemplo, o evento português recebeu no mesmo dia A-ha, Ney Matogrosso e Duran Duran e foi possível ver diante dos palcos e curtindo os shows muitos adultos nas faixas de 40, 50 até 60 anos. No dia de Anitta e Post Malone, os jovens eram a esmagadora e ruidosa maioria.
"O que tentamos fazer lá e também no Brasil é ter dias para todo o tipo de gente. Desde a primeira edição tínhamos rock, mas também pop, MPB e jazz. Um evento da dimensão do Rock in Rio não aconteceria se só tivéssemos rock", conta Roberta, revelando que a maior parte do público escolhe somente um dia de evento para comprar o ingresso.
De olho em SP 2023
Se anos pares, como 2022, serão marcados pelo Rock in Rio, anos ímpares serão do festival The Town, que terá sua primeira edição em setembro de 2023. Realizado pelos mesmos criadores, o evento que acontecerá na cidade de São Paulo foi projetado para receber cerca de 600 mil pessoas em mais de 230 horas de música. "Agora a vida está mais animada", brinca Roberta Medina, ao comentar a preparação no Autódromo de Interlagos.
Se o Rock in Rio tem a Cidade do Rock, o The Town terá a Cidade da Música. A ideia é celebrar a mistura de diferentes culturas e histórias que se encontram nas manifestações artísticas de São Paulo. "Vamos reunir magia e entretenimento ao retratar uma cidade que é referência de diversidade, música, arte e cultura", diz Roberto Medina, pai de Roberta, criador e presidente do Rock In Rio e do The Town. O executivo afirma que a efervescência da cultura paulista será o atrativo do festival. "Sonhava em fazer um evento em São Paulo, mas precisava produzir um projeto à altura da cidade, que atrai gente que sonha, é multicultural, vibrante e intensa. Da arquitetura à literatura, da poesia às artes plásticas, da música às performances artísticas, tudo é resultado de uma saudável mistura de diferentes culturas. É com essa inspiração que nasce The Town", disse na divulgação do festival.
Iza e Criolo serão as vozes das músicas-tema do festival e foram confirmados como os primeiros artistas contratados para os palcos. Os organizadores acreditam que o evento terá potencial para movimentar cerca de R$ 1,2 bilhão na economia do Estado, com a geração de mais de 27 mil empregos. Em breve devem ser reveladas mais informações sobre o festival.
