Em 'O Sétimo Guardião', Eduardo Moscovis vive gato que assume forma humana
O perfil de galã acompanhou boa parte da trajetória de Eduardo Moscovis na televisão. Moreno, alto e com um par de olhos amendoados, seu tipo físico combinou perfeitamente com protagonistas de produções como Pecado Capital, O Cravo e A Rosa e Alma Gêmea. Porém, chegou determinado momento em que o ator percebeu que precisava romper com essa lógica. Tanto que recusou convites para atuar em tramas como O Profeta, Paraíso Tropical, Duas Caras e Negócio da China. Depois de um tempo dedicado apenas a fazer esporádicas participações especiais, voltou a trabalhar na tevê no seriado Louco Por Elas. E, desde então, sua presença em novelas se tornou bissexta. Mas a oportunidade de viver León, em O Sétimo Guardião, fez Moscovis se render novamente ao esquema de trabalho nos folhetins. Afinal, não é todo dia que se pode dar vida a um gato que vira gente e vice-versa. “Estou muito empolgado com esse personagem, que começa como um gato por ter sido enfeitiçado por alguma regra que infringiu”, conta. Na história escrita por Aguinaldo Silva, León recebeu a missão de ser o guardião-mór da fonte secreta, ainda sob a forma humana. Mas ele se recusou a cumprir essa incumbência e, no passado, viveu um romance com Neide, de Viviane Araújo, o que era proibido. Por isso, foi condenado a viver na forma de um gato. De vez em quando, León pode voltar a ser humano, mas a transformação dura pouco tempo e é um processo doloroso. Como parte de sua punição, ele precisa também encontrar e guiar os próximos três líderes da irmandade que protege a fonte. Só então o feitiço será quebrado e León voltará a ser homem de uma vez por todas. Até lá, Moscovis protagonizará algumas cenas em que o gato vira humano e assume a sua imagem. O que demandou tempo da equipe de efeitos especiais, que começou a desenvolver essa transformação com antecedência. E o ator acompanhou tudo de perto, além de se familiarizar com os movimentos de um felino. “Fiz um trabalho de corpo junto com o diretor e a preparadora de elenco. O que a gente tem feito é pegar um pouco da característica do gato mesmo. Já que estamos falando de realismo fantástico, é um prato cheio poder brincar com isso”, ressalta. Até começar a aparecer na novela, Moscovis precisou ter paciência. Foi só depois do capítulo 30 que o gato León assumiu sua forma humana pela primeira vez. Por isso, enquanto o elenco já estava gravando a todo vapor, o ator passou um tempo tentando desvendar os mistérios que cercavam seu papel. Sem saber direito o que estava por vir, foi chamado para narrar o clipe da novela. “Fiquei de bobeira e caí de paraquedas. No início, meu máximo de participação foi fazer essa narração, o que eu nem sabia que iria fazer”, revela. Aos poucos, Moscovis foi se aproximando da trama de León e se empolgando com o trabalho. Principalmente porque O Sétimo Guardião marca a terceira vez que ele interpreta um texto de Aguinaldo Silva. “Aguinaldo foi o primeiro autor com quem trabalhei na televisão, em Pedra Sobre Pedra. Eu fazia um cigano”, lembra. Depois, o ator viveu seu primeiro vilão em Senhora do Destino, o político corrupto Reginaldo, e agora León, na atual novela das 21 horas. “Aguinaldo escreve sobre realismo fantástico com propriedade. Está sendo muito legal brincar com o lúdico, com a magia e com essas liberdades poéticas.” Relação homeopática Já fazia mais de três anos que Eduardo Moscovis estava longe das novelas. Desde que viveu o Bira de A Regra do Jogo. Agora, alguns fatores o levaram a aceitar o convite para viver León. Além de ser uma novela de Aguinaldo Silva, autor com quem trabalhou na televisão pela primeira vez, a novela conta com a equipe de direção de Rogério Gomes, também conhecida do ator. “Além disso, é uma qualidade artística em que eu acredito”, frisa.