dança

Turnê do espetáculo 'Peças Fáceis' chega a Campinas

Espetáculo com apoio do Proac traz ao palco o encontro de duas gerações da dança brasileira: Janice Vieira, de 78, e sua filha Andréia Nhur, de 36

Do Correio
08/08/2019 às 17:56.
Atualizado em 30/03/2022 às 19:00

O compartilhamento de saberes e afeto entre duas gerações da dança contemporânea brasileira é celebrado em mais um espetáculo do grupo Pró-Posição, “Peças Fáceis”, que conta com o apoio do Programa de Ação Cultural (ProAC), da Secretaria Estadual da Cultural. Aos 78 anos de idade, Janice Vieira, uma das pioneiras da dança contemporânea no País, sobe ao palco ao lado da filha Andréia Nhur, que aos 36 anos é considerada uma das expoentes da área . A apresen tação acontece neste sábado (10), às 20h, no Espaço Tugudum (rua Maestro Francisco Manoel da Silva, 690 – Jardim Santa Genebra), com entrada gratuita. “Peças Fáceis”, que foi finalista do APCA em 2017, une humor, poesia e engajamento político, tônicas do grupo Pró-Posição, desde sua fundação em 1973. O tema parte de um estudo “sonorocoreográfico” a partir de minuetos de Johann Sebastian Bach (1685-1750) e Christian Petzold (1677-1733). O tom político do trabalho fica por conta da trajetória da dupla, que tem à frente uma bailarina de 78 anos que segue com forte atuação nos palcos brasileiros. Além disso, o Pro-Posição faz um trabalho ininterrupto e de resistência, fora do eixo Rio-São Paulo: são cinco espetáculos em dez anos. Janice ressalta que “celebrar o afeto no mundo atual já é, em si, um ato político”. Por sua vez, Andréia designa o espetáculo como um "festejo de resistência num mundo regido pelo modelo neoliberal que pretere tudo o que gera vínculos em prol de uma prática cotidiana imediatista e descartável". “Peças fáceis”, que conta com o apoio do Programa de Ação Cultural (ProAC), da Secretaria Estadual da Cultural, tem como ponto de partida músicas escritas por Bach e Petzold e que tanto Janice como Andréia tiveram contato ainda na infância. Essas composições de contraponto são frequentemente utilizadas no processo de aprendizado de instrumentos musicais. Desafio A dupla tomou como desafio trazer as músicas eruditas ao palco através do corpo. Do corpo que dança e também do corpo que emite sons, já que toda música do espetáculo é produzida pelas próprias bailarinas em cena: seja cantando, tocando um instrumento ou mesmo pelos sons percussivos emitidos pelo corpo, seus grunhidos ou suspiros. A composição “sonorocoreográfica” se dá em duas vias que se retroalimentam: tanto no estímulo sonoro que reverbera no corpo, quanto no movimento corporal que reverbera no som. No espetáculo, Andréia toca violão e pandeiro. Já Janice, castanholas e acordeom. A dupla também canta. "Não somos cantoras ou instrumentistas visando excelência musical, mas bailarinas que musicam sua dança, na busca de um pensamento coreográfico que é sonoro e musical ao mesmo tempo", reitera Andréia. Nos 45 minutos de duração do espetáculo, além de fragmentos de Bach e Petzold, o repertório traz também referências a outras musicalidades: brasileira, portuguesa, espanhola e oriental. “Peças Fáceis” propõe-se a um dançar polifônico e engajado profundamente com a pesquisa da linguagem da dança. AGENDE-SE O quê: espetáculo “Peças Fáceis” Quando: neste sábado (10), 20h Onde: Espaço Tugudum (Rua Maestro Francisco Manoel da Silva, 690, Jardim Santa Genebra, Campinas) Quanto: entrada franca

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