Festival acontece a partir desta sexta (1º) até domingo (3); entre as atrações nacionais, DJ Marky e DJ Alok são os grandes destaques; o francês David Guetta encerra a programação
O francês David Guetta é uma das atrações do Festival Tomorrowland, que acontece em Itu neste fim de semana (Divulgação)
Os maiores DJs do mundo estarão reunidos em Itu, cidade a 55 quilômetros de Campinas, de amanhã a domingo. Entre eles, o francês David Guetta e os holandeses Hardwell e Armin Van Buuren. Exatamente por isso, o Festival Tomorrowland, o maior e mais famoso de música eletrônica do planeta, atraiu pessoas de 56 nações para o Brasil, com os 180 mil ingressos vendidos em apenas três horas no ano passado, mesmo sendo esta a primeira edição da atração por aqui. Uma oportunidade, mais do que ver o trabalho de gente de peso neste cenário, de formar público no País. Veja a programação: Festival Tomorrowland reúne 150 atrações de 19 países Foto: Divulgação Em sua primeira edição, o evento receberá mais de 150 artistas, entre nacionais e internacionais “Eu adoro tocar no meu País, é a minha casa, tenho família aqui. Mas é diferente a postura da galera lá fora, o profissionalismo que se encontra no Exterior é outro. Aqui, as pessoas vão em festivais pela festa. A música, querendo ou não, deixou de ser a prioridade. A vinda de festivais como o Tomorrowland para o Brasil vai ajudar a reeducar os fãs de música eletrônica, e a nossa função é formar, renovar esse público”, disse, ao Caderno C o DJ Marky, que passa pelo menos seis meses tocando fora do Brasil. Foto: Divlgação DJ Marky: espaço próprio Se os DJs estrangeiros alcançaram sucesso nos quatro cantos do planeta, o paulista Marky é o maior astro brasileiro no cenário mundial. Sua história começou nos primórdios dos clubs underground de São Paulo, ganhando o mundo com o jungle/drum’n’bass, gênero nascido de uma junção de elementos e batidas nos guetos de Londres. “Antigamente, você contratava um DJ para ele tocar na sua festa porque ele ia levar um som de vanguarda para o clube. Agora, a escolha é feita pela quantidade de ‘Likes’ que o cara tem no Facebook. E, mesmo assim, eu vejo que as pessoas não saem mais para dançar, a música fica em segundo plano. Eu espero que, diante de tanta gente bacana, no maior festival do mundo, tudo isso possa mudar”, completou.Quem garantiu ingresso para a primeira edição brasileira do Tomorrowland, segundo Marky, vai poder aproveitar os mais variados estilos de música eletrônica, muito diferente “daquela música chata que as pessoas costumam ouvir em baladas”, diz.“Já toquei em diversas edições do Tomorrowland lá fora, pelo menos umas quatro, e é superbacana porque o som é o mais diversificado possível. Não é só pop. E a sexta-feira (amanhã), para mim, é a melhor programação do festival justamente porque tem de tudo um pouco.”Para ele, a única vantagem de participar de festivais é justamente a diversidade, já que há tendas, principalmente no Exterior, de várias vertentes da música eletrônica, como house, drum’n’bass, hip hop, tecno.“Isso falta um pouco no Brasil, que privilegia só uma música, que, por sinal, é bem chata.” Marky, mais do que animar os presentes no primeiro dia de evento, terá um espaço só dele, o DJ Marky & Friends, onde passarão outros seis nomes da música eletrônica. Foto: Divulgação DJ Alok: eleito o melhor do País O outro lado da moedaO brasiliense Alok foi escolhido em 2014 o melhor DJ do Brasil, em uma eleição promovida pela revista especializada House Mag. “Para mim, esse termo deveria ser mudado de melhor para mais popular. Porque, realmente, se você olhar no ano passado, não há ninguém no Brasil com os meus números”, afirmou o rapaz, filho de DJs, de apenas 23 anos. Entre esses números, além de fazer em média 20 shows por mês, a página de Alok no Facebook conta com mais de 430 mil seguidores.“Querendo ou não, eu toco há 11 anos, então foi um longo caminho até aqui. E, o mais curioso, é que eu nunca tinha ficado nem entre os 50 melhores DJs. Quando entrei na lista, já foi em primeiro”, completou.Depois de passar uma temporada na Europa, onde fez diversos cursos de DJ, Alok começou a fazer shows pelo Brasil em 2012, mesmo período em que começou a ganhar fama. “Eu vejo o Brasil como uma grande potência da música eletrônica. O amadurecimento do público pode demorar um pouco, mas as pessoas estão abertas a esse tipo de música. A mídia também. Hoje, nós, DJs, somos notícia, porque todos estão dispostos a conhecer mais esse universo. A aceitação da música eletrônica está mudando, e quem está no meio tem se tornado uma pessoa influente.”PreconceitoComo exemplo, Alok cita que, quando criança, ao dizer para os colegas que seus pais eram DJs, sofria preconceito porque ninguém entendia muito bem o que eles faziam. “Hoje, quando minha irmã diz que seu irmão é o DJ Alok, ela vira a menina mais popular na escola. Isso prova a profissionalização dos DJs.” O brasiliense será a segunda atração do Main Stage no sábado.