O longa 'Aposta Máxima', com direção de Brad Furman, está entre as estreias deste semana
Cena do filme 'Aposta Máxima' (EUA, 2013), de Brad Furman ( Divulgação)
O astro da música pop Justin Timberlake justifica o mergulho que deu no cinema, pois mostrou talento para atuar. Fez boas participações em filmes importantes, mas não funciona em 'Aposta Máxima' (Runner Runner, EUA, 2013), de Brad Furman. E não por culpa dele, mas porque há pouco a se aproveitar do roteiro frágil e sem inspiração e da direção burocrática. E, verdade seja dita, a história tampouco ajuda.Justin Timberlake vive Richie, mestrando na Universidade de Princeton (Nova Jersey), que paga os estudos comandando jogos on-line. Apesar da decepção do reitor, ele acha que não faz nada demais. E, em dado momento, por entender que está sendo fraudado, viaja a Costa Rica a fim de descobrir o que Ivan Block (um sonolento Ben Affleck e chefão pouco crível do mundo de apostas on-line) tem a ver com isso.Antes de continuar, não dá para não mencionar o que os americanos médios acham de qualquer país abaixo da chamada América. Para um amigo de Richie, ele terá de encarar macacos nas ruas. Para o filme, na Costa Rica só há corruptos facilmente comprados por um punhado de dólares. Ou seja, a famigerada república de bananas.Bem, pelo que veremos, os americanos estão certos. Ivan atua na Costa Rica como se esta fosse, literalmente, o quintal sujo dos Estados Unidos. Domina, mata, tortura, faz e acontece, mesmo tendo um agente do FBI de ética duvidosa (Anthony Mackie), que o persegue e, ao mesmo tempo, alivia.Richie não engana ninguém, mas tenta passar imagem de bom moço, mesmo sabendo onde está metido. E tem a mocinha, claro, a insossa Rebecca Shafran (Gemma Arteron), que se divide entre seduzir o chefe Ivan e abrir caminhos para Richie.Trata-se de um policial misturado a suspense que procura desesperadamente nossa atenção. Remete aqui e ali a filmes do gênero em que o sujeito entra na briga e quando tenta sair não consegue mais. No entanto, lembremos, Richie não é nenhum mocinho; pelo contrário, está mais para o anti-herói.O diretor até tenta agitar um pouco essa história fraquinha. Busca, por exemplo, criar climas onde a sordidez impera, como brigas de galo, jogos de pôquer, torturas envolvendo um viveiro de crocodilos, mas nada funciona. A tensão passa longe e a atmosfera de suspense jamais emplaca.Se não dava para esperar nada de Ben Affleck como ator, de Justin Timberlake, sim, havia expectativas. Mas elas desaparecem rapidamente. O bom astro pop não sobrevive diante de um filme com cara de algo visto muitas vezes no cinema. Nem o desfecho com cara de original dá para engolir. Soa fake e sem graça. Tão falso quanto à excitação que o título tenta sugerir.