Orquestra apresenta obras "quatro gênios", de acordo com o diretor artístico e maestro titular Victor Hugo Toro: participação do solista Nicolas Koeckert
O regente Victor Hugo Toro e o violinista Nicolas Koeckert durante ensaio da OSMC (Dominique Torquato/AAN)
A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) realiza este fim de semana, no Teatro Municipal José de Castro Mendes, o 11º concerto oficial da temporada 2015, com um repertório que reúne “quatro gênios”, de acordo com o diretor artístico e maestro titular Victor Hugo Toro, regente nas apresentações. Como solista convidado, o violinista teuto-brasileiro Nicolas Koeckert. Os “gênios” a que se refere o maestro são os compositores Franz Schubert (1797-1828), Jean Sibelius (1865-1957), Wolfgang A. Mozart (1756-1791) e Serguei Prokofiev (1891-1953). “O programa começa com a abertura de 'Rosamunde', de Schubert, uma peça pouco interpretada pela Sinfônica de Campinas”, diz Toro. 'Rosamunde' foi composta como música incidental para uma peça de teatro, em 1823. Segundo a musicóloga Lenita Nogueira, a peça foi um fracasso na época e a composição ficou esquecida por um longo período. Voltou à tona em 1867, quando dois musicólogos ingleses encontraram os originais. A obra ficou marcada, de maneira triste e lamentável, por ser executada nos alto-falantes do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Na sequência, entra o 'Concerto para Violino em Ré menor, Op. 47', de Sibelius, “um dos mais belos concertos para violino”, de acordo com o maestro Toro. “O finlandês Sibelius traz em sua música o som da Finlândia, o frio, a natureza do país nórdico”, diz o maestro. As duas peças têm solo de Nicolas Koeckert. A obra, segundo Lenita, foi escrita em 1902, mas fracassou na estreia. Foi revisada e reapresentada em 1905, desta vez com enorme sucesso. Na segunda parte entram a 'Sinfonia nº 32, K. 318', de Mozart e a 'Sinfonia nº 1, Op. 25 - Sinfonia Clássica', de Prokofiev. “São duas peças belíssimas, sinfonias clássicas em três movimentos. O repertório traz um cardápio variado e muito agradável”, aponta Toro. A 'Sinfonia nº 32' foi composta em 1779, quando Mozart tinha apenas 23 anos. É considerada brilhante e de sonoridade ampla, especialmente por utilizar quatro trompas, quando o usual na época eram apenas duas, um procedimento considerado ousado para uma obra de juventude. Já 'Sinfonia Clássica', de Prokofiev, estreou em 1917 e foi uma das primeiras composições do século 20 a adotar o neoclassicismo, segundo Nelita. A peça foi batizada com esse nome porque seguia padrões do século 18 e o compositor quis provocar e divertir, fazendo um trocadilho com a palavra “clássica”, insinuar que se tornaria um clássico, como de fato aconteceu. Serviço O quê: Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas Quando: Neste sábado (24), às 20h; e domingo (25), às 11h Onde: Teatro Castro Mendes (Praça Corrêa de Lemos, s/nº, Vila Industrial, fone: 3272-9359) Quanto: R$ 30,00, R$ 10,00 (professores da rede pública e pessoas com deficiência e mobilidade reduzida) e R$ 5,00 (estudantes da rede pública)