Em 'Mundo Selvagem', Richard Rasmussen mostra o risco em que se encontram cinco espécies de feras: rinocerontes, tubarões, guepardos, gorilas e serpentes
Cena do programa 'Mundo Selvagem de Richard Rasmussen', do canal Nat Geo, gravado na África ( Divulgação)
Enfrentar a vida selvagem não é novidade para Richard Rasmussen. Rosto conhecido da TV aberta quando o assunto é animais perigosos, peçonhentos e em situações difíceis, o biólogo e apresentador se mudou para o Nat Geo para enfrentar o perigo do mundo silvestre agora na África. Pois é, o aventureiro viajou por nove países do continente para mostrar, além da beleza e cultura locais, o poder e o risco em que se encontram cinco espécies de feras: rinocerontes, tubarões, guepardos, gorilas e serpentes — estas, a paixão do biólogo. “Pude ficar cara a cara com uma mamba negra, um dos cinco animais mais mortais do mundo. Foi muito interessante e, claro, assustador. Quem disser que não tem medo de um bicho como esse, é porque esse cara já está morto”, confessa o brasileiro. Este e diversos outros encontros tão curiosos e inusitados quanto, como gravar com gorilas-da-montanha, recheiam os seis episódios de 'Mundo Selvagem de Richard Rasmussen', que estreia nesta quinta-feira (23), às 22h30. “Se me perguntassem qual é meu sonho de consumo, eu facilmente diria encontrar com gorilas-da-montanha. E isso aconteceu em Uganda”, confessa. “Pude visitar o parque (Bwindi) que permeia três países e é uma das maiores preciosidades da região justamente por ter metade da população mundial deste animal incrível. Mas sei que isso só foi possível por eu estar em um canal voltado para esse assunto, que valoriza esse trabalho. Na TV aberta, jamais aconteceria, principalmente por conta do custo”, revela o biólogo. Esta não foi a primeira vez de Rasmussen na África — foi a oitava, sendo seis a trabalho. Mesmo assim, ter mais tempo e verba para gravar um programa surpreendeu o experiente apresentador. “Foram quatro meses na África para produzir seis programas. Isso é inacreditável e a primeira vez que passo por isso, já que é a primeira vez que posso trabalhar com um canal como o Nat Geo. Se fosse pela TV aberta, eu teria que ter feito seis vezes mais programas neste tempo”, diz. Como resultado, Rasmussen enfatiza a qualidade de cada episódio, todos, garante, muito bem elaborados e cuidados. “A preocupação com a captação, com a plástica, com o resultado final, vai além de qualquer expectativa. Até porque o Nat Geo sabe que, quem procura pelo canal diante de tantas opções de entretenimento, quer algo assim, único.” No primeiro episódio, o público verá o biólogo em Moçambique para explicar os motivos que levam os rinocerontes a serem uma das espécies mais ameaçadas de extinção do planeta. Além disso, no decorrer do programa, Rasmussen também apresentará três tribos nativas diferentes que ainda vivem como seus ancestrais: os Himbas, nômades da África Setentrional, os San, da região do Kalahari, e os Masai Mara, pastores que vivem entre o Quênia e a Tanzânia.Polêmicas Richard Rasmussen já se envolveu com diversas polêmicas ao longo de sua carreira, principalmente por manusear, deliberadamente, de acordo com instituições de preservação, animais silvestres. O Ibama, em pelo menos duas ocasiões, segundo a Associação O Eco, chegou a apreender animais que eram mantidos em locações com criadouros sem origem comprovada e multar o showman. Há três meses, Rasmussen ainda sofreu um acidente com um jacaré, retomando as polêmicas sobre licenças para trabalhar com esses animais. “Isso foi no Brasil, no Pantanal, e eu nem estava gravando nenhum programa. Apenas tentava, junto com um veterinário, tirar um anzol de um jacaré. Uma triste realidade que vem se tornando cada vez mais frequente por lá. Mas, se eu não tivesse todas as licenças necessárias e capacidade para fazer esse trabalho, eu não estaria há 11 anos na televisão. Eu só trabalho com animais, e coloco as mãos neles, se há uma razão para isso”, afirma. Já sobre questionamentos de que muitas das gravações são simuladas, Rasmussen afirma que tudo é real, mas que, como qualquer programa, ele e sua equipe estão “sujeitos à magia do cinema”. “As histórias são as mais reais possíveis, só que as vezes usamos alguns animais para fazer determinados trabalhos que precisamos. É só isso”, conclui.