'Vanity Fair: Confidencial', que estreia nesta segunda-feira (11), no Discovery Id, reconstrói - do início ao fim - casos investigados pela publicação
Mark Seal, o editor colaborador da revista 'Vanity Fair', aparece no primeiro episódio da sérier FOTO: Divulgação (DIVULGAÇÃO)
Nem só de glamour vive a revista norte-americana Vanity Fair. Aliás, seus maiores feitos passam longe de Hollywood e o mundo das celebridades, mesmo que seja difícil para muitos leitores da publicação de fora dos Estados Unidos acreditarem nisso. Mas antes de entrar no assunto desta semana, vou dar dois exemplos recentes em que a revista foi citada em contextos fora do entretenimento em produções que conhecemos bem. Na nova temporada de 'House of Cards', o candidato à presidência dos EUA Will Conway (Joel Kinnaman), que concorre contra Frank Underwood (Kevin Spacey), faz um ensaio para a capa da 'Vanity Fair' ao lado da mulher, pois isso lhe trará muitos pontos na pesquisa, com direito a uma informação exclusiva: quem será o seu vice-presidente na chapa. Ou seja, um furo que todos os veículos adorariam dar, mas quem consegue é a 'Vanity Fair'. Além disso, no recente filme 'Conspiração e Poder' ('Truth'), inspirado em fatos reais, a jornalista Mary Mapes (interpretada por Cate Blanchett) tenta convencer os editores do aclamado programa '60 Minutes', do canal CBS, a deixá-la embarcar em uma arriscada investigação contra o então presidente e candidato a reeleição dos Estados Unidos, George W. Bush. Ela queria provar que ele havia sido protegido, graças aos altos contatos de sua família, para não servir na guerra do Vietnã. “A Vanity Fair também está atrás da história”, diz em determinado momento, quase como uma prova, que a pauta era boa. Pois é esse lado da publicação, justamente o que a tornou uma das mais importantes e influentes revistas do mundo, o explorado pela nova série do canal Investigação Discovery (ID), 'Vanity Fair: Confidencial', que estreia nesta segunda-feira (11), às 21h30. A produção mergulha nos mais controversos, polêmicos e difíceis casos investigados pela revista, mostrando os difíceis bastidores da apuração e as consequências que as reportagens tiveram. Mais do que isso, revela detalhes de todo o processo, até então desconhecidos, já que os casos são reconstituídos com a ajuda dos jornalistas e escritores que trabalharam na reportagem, entre eles Mark Seal, Mimi Swartz e Buzz Bissinger. “Quando nos ofereceram acesso aos artigos investigativos da revista, ficamos encantados com a oportunidade de trabalhar com as pessoas daqueles trabalhos magníficos. São pesquisas muito bem elaboradas, realmente impressionantes, e mostram porque eles fazem parte de uma revista como a Vanity Fair”, explica a produtora executiva da série, Stephanya Bareham, em entrevista exclusiva à Serí(e)ssima. A coluna assistiu aos dois primeiros episódios — 'Prisioneiro de Denver' e 'A Mulher Desaparecida' — e, apesar de mostrarem personagens e casos que fizeram barulho exclusivamente nos Estados Unidos, é muito interessante ver o trabalho dos jornalistas e o poder dos veículos de comunicação ao embarcar em histórias profundas. “É uma série que funciona para as mais diferentes pessoas em diferentes países, porque há variados assuntos, mistérios e problemas enfrentados no fazer das matérias que importam mais do que os crimes em si”, diz Stephanya. Ela cita como exemplo justamente o capítulo que abre a série, sobre uma jovem de 21 anos, Lisl Auman, que passa oito anos presa acusada de um assassinato que não cometeu graças a uma lei ultrapassada do Colorado. Ela escreve diversas cartas para jornais e personalidades pedindo ajuda, e quem responde é o escritor Hunter S. Thompson, que passa a trabalhar com o editor colaborador da Vanity Fair, Mark Seal, para resolver a situação. “O caso pode até ter acontecido em um Estado específico, mas ele reflete o que pode acontecer por todo o país e, consequentemente, em muitos outros lugares. Pessoas que praticam ideologias extremistas existem em qualquer lugar. E essa identificação é visível em outros episódios também, mesmo sendo sobre uma cidade, ou uma pessoa”, afirma a produtora executiva. A primeira temporada de 'Vanity Fair: Confidencial' é composta por 12 episódios de uma hora. 'A Mulher Desaparecida', sobre o estranho sumiço da mulher mais odiada dos Estados Unidos, é muito bem feito, assemelhando-se a um excelente filme de suspende e terror — com a exceção de que, aqui, as atrocidades realmente aconteceram. A série fez enorme sucesso lá fora e um segundo ano já está em produção pelo canal. Um dos episódios vai abordar os abusos sexuais cometidos pelo comediante Bill Cosby. “É um capítulo importante porque é uma oportunidade para encorajar as mulheres que passaram por abusos em algum momento da vida a falar, é como dar vozes a elas. E isso é o que importa”, finaliza Stephanya.