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Série Aruanas vai bem além da questão ambiental

À primeira vista, Aruanas pode parecer só uma série sobre crimes ambientais investigados por uma ONG comandada por ativistas

Da TV Press
18/06/2020 às 12:15.
Atualizado em 28/03/2022 às 22:17
Debora Falabella, Leandra Leal e Taís Araújo, atrizes da série Aruanas (Divulgação)

Debora Falabella, Leandra Leal e Taís Araújo, atrizes da série Aruanas (Divulgação)

À primeira vista, Aruanas pode parecer só uma série sobre crimes ambientais investigados por uma ONG comandada por ativistas. A narrativa criada pelos autores Marcos Nisti e Estela Renner, no entanto, vai bem além. Uma série de reflexões importantes para a sociedade de hoje aparecem nos dez capítulos, exibidos sempre às terças-feiras, depois de Fina Estampa, na Globo. A começar por questões ligadas ao universo feminino, visto que são as mulheres que dominam a ação. E, nesse sentido, a produção de elenco acertou em cheio na escolha delas, desde as três mocinhas ambientalistas, interpretadas por Débora Falabella, Leandra Leal e Taís Araújo, à lobista Olga, papel de Camila Pitanga, passando pela estagiária Clara, de Thainá Duarte. Todas convencem em suas atuações e se destacam bem mais que os homens. De maneira geral, as três protagonistas de Aruanas têm dramas pessoais que ocupam um espaço considerável da história. Natalie – ou Nat, como é chamada na maior parte das vezes –, papel de Débora, não superou a perda da filha e enfrenta um casamento totalmente desgastado. O marido tem um caso com uma das melhores amigas dela, Verônica, vivida por Taís. E Luiza, interpretada por Leandra, é de longe a mais impulsiva do trio, o que a faz arriscar perder a guarda do filho para o pai do menino. E, com isso, repensa toda a sua trajetória como mãe. Ou seja, enquanto a investigação sobre um crime ambiental se desenvolve, o público acompanha também as frustrações pessoais de cada uma das três ativistas. Uma das histórias pessoais mais interessantes é anunciada já nas primeiras cenas. Porém, só se desenvolve depois de alguns capítulos. E não está ligada às personagens principais. Clara, vítima de um relacionamento abusivo, chegou na ONG Aruana fugindo do namorado, Ramiro, interpretado por Rafael Primot. A estagiária, no entanto, acaba sendo encontrada por ele, depois de ter problemas com a polícia por causa de suas atividades na ONG. A fotografia chama atenção, com imagens de São Paulo, Amazonas e até Brasília. Mas, apesar de ressaltar a importância da preservação do meio ambiente, muitas vezes o clima é mais sombrio do que solar. Há muitas sequências de ação também, durante a investigação comandada pelas ativistas. E os ganchos entre os episódios são eficazes, exatamente como uma série precisa.

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