a frança em campinas

“Semana da Francofonia” terá exposição, filme e palestras

Evento gratuito é organizado pela Aliança Francesa e começa nesta quarta-feira

Cibele Vieira/ cadernoc@rac.com.br
19/03/2024 às 13:29.
Atualizado em 19/03/2024 às 13:29

Artista francês Nicolas Henry participa do evento com a exposição “Badjines, os espíritos da natureza” (Nicolas Henry)

Entrar em um mundo sobrenatural, com cenas construídas cuidadosamente com elementos naturais e depois fotografadas, com o intuito de revelar locais onde parece que os espíritos e os homens se encontram: nas suas crenças, rezas e histórias. Este é o contexto criado pelo artista francês Nicolas Henry na exposição “Badjines, os espíritos da natureza”, que chega neste sábado a Campinas, no Museu da Cidade (Casa de Vidro), no Lago do Café. A mostra integra a “Semana da Francofonia” (de 20 a 28 de março), que terá também duas palestras e a exibição do filme “Os Guarda-Chuvas do Amor” (Les Parapluies de Cherbourg) no Museu da Imagem e do Som. Os eventos são gratuitos e começam na quarta-feira (20), quando é celebrado o Dia Internacional da Francofonia. Nesse dia, várias cidades, em diferentes países, iniciam eventos para promover a língua francesa em todo o mundo. Em Campinas, a organização é da Aliança Francesa.

O primeiro evento será na quarta-feira (20), às 19h, na forma de um Encontro de Negócios e Carreiras que abordará o tema “As relações Mercosul vs. União Europeia: o papel do Brasil, da França e desafios futuros”. No sábado, dia 23, às 10h, será aberta a exposição “Badjines, os espíritos da natureza”, no Museu da Cidade, onde as obras ficarão expostas até 30 de abril. Na quarta da próxima semana, dia 27, será a vez de tirar dúvidas sobre a oportunidade de estudar ou trabalhar em Quebec, em palestra presencial com representantes oficiais do Governo do Quebec, no auditório do Ceprocamp. E na quinta, dia 28, a programação será encerrada com a exibição do clássico “Les Parapluies de Cherbourg” (1964), de Jacques Demy, com participação de Catherine Deneuve e Nino Castelnuovo.

Dayana Belmont, diretora da Aliança Francesa de Campinas, explica que “o dia da Francofonia é um marco importante para os países de língua francesa, pois celebramos não apenas o idioma em si, mas sim todas as suas culturas envolvidas”. Ela ressalta que ao celebrar a diversidade cultural dos países que têm o idioma francês, a proposta é também de promover “valores da democracia, paz, direitos humanos, do diálogo entre culturas, da solidariedade, do desenvolvimento, da educação e do compartilhamento do conhecimento”. Por isso, a “Semana da Francofonia” tem uma programação variada, gratuita e aberta ao público. Estima-se que atualmente seja de 321 milhões o número de francófonos (pessoas que falam francês) espalhados pelos cinco continentes, em 88 países, sendo o quinto idioma mais falado no mundo. No Brasil, há mais de 26 mil pessoas estudando o idioma.

UMA MOSTRA PARA REFLEXÃO

A diretora Dayana Belmont comenta que “a exposição do fotógrafo Nicolas Henry ilustra um cruzamento e a diversidade de culturas. O fotógrafo se inspirou na espiritualidade africana (no Senegal), francesa (nas regiões da Bretanha) e brasileira (na região da Serra da Mantiqueira), fechando uma série de fotografias repletas de sonhos e a metáfora de uma harmonia com a natureza”.

O acervo reúne 15 dessas obras oníricas, nas quais o artista enxergava, com sua perspectiva europeia realista, uma metáfora para as mudanças climáticas e as aspirações da humanidade de viver em equilíbrio com o mundo natural. Nas obras, o artista brinca com dimensões, jogando com níveis, composições bidimensionais e espirais que convidam o visitante a várias reflexões. Em entrevista recente, ele comentou que queria “contar essas histórias, falar ao mundo sobre modelos de sociedade centradas em sua própria comunidade, que vivem em harmonia com o que considera sagrado, a natureza”.

No momento em que se discute a relação predatória das pessoas com o planeta, a exposição “Badjines, os espíritos da natureza” é bastante oportuna. Nas grandes fotografias expostas, Nicolas explora a relação entre o homem e a natureza, e convida para uma reflexão sobre a importância da preservação ambiental. Esse trabalho começou em Casamance, uma região do Senegal – localizada ao sul da Gâmbia e a norte da Guiné-Bissau – onde ele criou uma série de imagens feitas por meio de instalações artísticas, fotografadas posteriormente. As matérias-primas das obras foram sementes, conchas, madeira à deriva na costa e, principalmente, o que lhe contavam ao longo daquele litoral. Ao ouvir as histórias dos nativos, o fotógrafo interrogou-os sobre “como traduzir isso em imagens”. E eles responderam: seria preciso invocar os espíritos do ar, da terra e do mar. O que para Nicolas Henry reflete os sonhos e a metáfora de uma harmonia com a natureza é, para a população nativa, a materialização de espíritos vivos a serem honrados, cultivados e invocados em diferentes momentos da vida.

Nicolas Henry é graduado pela Beaux-Arts de Paris, pela École Nationale Supérieure d’Art de Paris-Cergy, e pelo Emily Carr Institute of Art and Design em Vancouver, Canadá. Após uma carreira como designer de iluminação e cenógrafo, viajou o mundo por três anos como diretor do projeto “6 bilhões de outros”. Ele, então, embarcou, em tempo integral, em um trabalho fotográfico pessoal, viajando pelo mundo para produzir as suas séries, entre elas a que chega a Campinas.

UM MUSICAL CLÁSSICO

Completando 60 anos desde seu lançamento, o filme “Os Guarda-chuvas de Cherbourg” (Les Parapluies de Cherbourg) é um drama romântico musical, de produção franco-alemão (1964) dirigido por de Jacques Demy, com atuação de Catherine Deneuve e Nino Castelnuovo. O filme se passa no período entre novembro de 1957 e dezembro de 1963, e é dividido em três partes por intertítulos (A partida, Ausência, e O retorno). Será exibido gratuitamente no Museu de Imagem e do Som (MIS) de Campinas, no dia 28, às 19h, em sessão gratuita.

No romance musical, Catherine Deneuve interpreta Geneviève, jovem que trabalha na loja de guarda-chuvas de sua mãe e que se apaixona por Guy (Nino Castelnuovo), um mecânico humilde. O breve romance é interrompido quando ele é recrutado para lutar na guerra da Argélia. Grávida, ela precisa escolher entre esperar ou aceitar outra proposta de casamento. Ganhador da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1964.

PROGRAME-SE

Semana da Francofonia em Campinas

✔ Exposição “Badjines, Os Espíritos da Natureza”

Quando: Abertura no sábado, dia 23, às 10h.

Termina em 30 de abril.

Visitação: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h, aos sábados das 10h às 14h

Onde: Museu da Cidade (Casa de Vidro) — Av. Heitor Penteado, nº 2145, Taquaral (Lago do Café)

Entrada Gratuita

✔ Filme: “Les Parapluies de Cherbourg"(1964)

Quando: Dia 28 de março (quinta-feira), às 19h30

Onde: MIS — Rua Regente Feijó, nº 859, Centro

Entrada gratuita

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