Evento poético é realizado sempre nas segundas quartas-feiras do mês, no Bar Estrela Dalva, ou simplesmente Bar do Manoel, no Parque São Quirino, em Campinas
Cena de edição do Sarau da Dalva, que ocorre mensalmente no Bar do Manuel (ou Estrela Dalva) (Lucas Amaral/Divulgação)
Lá se foi um ano. Doze edições capazes de firmar uma proposta cultural cada vez mais rara perante a difusão on-line da literatura e de consolidar o movimento no calendário dos amantes da arte que veem ali uma oportunidade fortuita de encontro. De passagem, noites regadas à boemia em meios a versos e prosas. Assim é o Sarau da Dalva, que nesta quarta-feira (10) comemora seu primeiro aniversário, onde nasceu e é realizado, sempre nas segundas quartas-feiras do mês, no Bar Estrela Dalva, ou simplesmente Bar do Manoel, no Parque São Quirino, em Campinas. A programação inclui: participação do coletivo poético Sobrenome Liberdade, de São Paulo; exposição fotográfica 'Varal Cubana', de Diogo Zacarias, com registro da viagem à ilha caribenha; lançamento do livro 'Esperando Ela Voltar' (Chiado Editora), do escritor paulistano Thiago Romaro. O idealizador do projeto, Rafael Carvalho, relembra a primeira edição e analisa o projeto. “Muitos saraus, nos contextos recentes, começaram com meia dúzia de pessoas, ou menos, e hoje vivem cheios. Quando tivemos cerca de 100 pessoas em nosso primeiro encontro, em junho do ano passado, senti que aquilo podia ser um sinal, mas, em momento algum, pensei que seria fácil. E não foi. Não é. E nem há de ser. Há uma luta, pela poesia”. Para Carvalho, não se trata de trazer poesia às pessoas, mas de conduzi-las juntas no cotidiano. “Ir por um caminho que caiba em suas vidas diárias, corriqueiras. Assim como todo trabalho de construção, que às vezes passa muito pela desconstrução, leva tempo. É como um artesanato”, diz. Contudo, segundo ele, o balanço desse primeiro ano é o melhor possível. E o passo adiante? “A intenção é apenas seguir. Em São Paulo, por exemplo, há saraus com mais de 10 anos. E bem, de mim, isso é o que eu vim fazer no mundo, de modo que, enquanto eu puder servir, vou caminhar junto com as pessoas, pela poesia. E sei que o mesmo vale pra Seo Manoel e pro Estrela Dalva: enquanto estiver de pé, enquanto houver aquele ‘céu de zinco’, a poesia vai ser sempre bem-vinda ali”, responde. Entre os sucessos paulistanos, está o Sarau Cooperifa, pioneiro na disseminação da poesia pela periferia e em atividade há 15 anos, que serviu de inspiração para a Sarau da Dalva. O Cooperifa surgiu em Taboão da Serra e posteriormente foi transferido para o Bar do Zé Batidão, na Chácara Santana, e acontece todas as quartas-feiras. No Bar do Manoel, ocorre um por mês, a princípio, sem hora certa para começar, nem acabar. No cair da noite, enquanto os poetas se revelam, o botequim funciona normalmente. Desta forma, os livros, os recortes e o papel rabiscados dos artistas se misturam às cervejas, às cachaças e aos petiscos da casa (mocotó, panqueca, torresmo, etc.). AGENDE-SE O quê: Sarau da Dalva Quando: nesta quarta-feira (10, a partir das 18h30 Onde: Bar do Manoel ou Estrela Dalva (Avenida Lafayete Arruda Camargo, 767, Parque São Quirino, Campinas, fone: 3296-4912) Quanto: entrada franca