O Centro Cultural Casarão realiza hoje uma tarde de vivências com a brincadeira de pião, acompanhada de um espetáculo circense gratuito
(Tato Sanches)
Um mergulho no tempo em que as crianças brincavam na rua ou no quintal de terra, com brinquedos feitos artesanalmente, é a memória cultural que o Festival do Pião pretende resgatar hoje (dia 19), a partir das 14h30, no quintal do Centro Cultural Casarão. A programação artística abrange as vivências com o antigo pião de madeira e o espetáculo circense "Girando pelo fio do tempo". As duas atividades integram o II Festival de Pião do Quintal do Casarão, que tem entrada gratuita e é acessível em linguagem de Libras.
Quem quiser participar não precisa ter pião, pois eles serão emprestados pelos organizadores para que as pessoas possam conhecer, testar habilidades e aprender a brincar. Cada participante recebe um pião e ganha dicas de truques, técnicas e possibilidades de jogos. E serão apresentados a piões com rolamentos e outras tecnologias que favorecem o desempenho e a realização de truques específicos.
Quem guia os participantes é o trio de artistas circenses Emerson Noise, Matias Donoso e Valentín Flamini, do Projeto Nutar. Eles apresentam ao público o "Minimuseu do Pião", com piões de diferentes países, onde o público descobre formas distintas de brincar e jogar, além de conhecer um pouco da história desse objeto, que data de 4 mil anos a.C., e suas diferentes relações culturais. Essa vivência permite ao público se aprofundar nas possibilidades do pião e experimentar, na prática, suas movimentações.
"Eu sou malabarista há 17 anos e o pião voltou à minha vida quando comecei a fazer circo, mas dei a sorte de crescer num bairro onde as crianças brincavam bastante, tive esse contato com o pião e as brincadeiras de rua desde pequeno", lembra Emerson Noise. A 'Vivência de Pião', momento em que crianças e adultos aprendem e praticam diversos truques com piões, tem a proposta de promover a interação familiar junto com a diversão, criando importantes memórias.
O CIRCO E O PIÃO
Quem for brincar de pião pode esticar a diversão até as 17h, quando começa o espetáculo circense "Girando pelo fio do tempo". Os artistas conduzem o público a uma viagem por meio da história e das possibilidades do pião, combinando elementos de circo, cultura popular e música em uma narrativa envolvente que desafia a gravidade e captura a imaginação. O artista Matias Donoso comenta: "o que a gente quer levar para o espetáculo é a beleza, a poesia, o ritmo e o movimento do pião".
Equilibrando-se pelo fio do tempo, três amigos se enrolam, dançam e brincam enquanto viajam pela história do pião, se redescobrindo na simplicidade do objeto, resume a trama. Quando a dança acaba e o equilíbrio cessa, basta enrolar, lançar e acreditar que tudo volta a girar, diz o artista Valentín Flamini. "Queremos trazer um tempo mais presente, menos digitalizado, mais manual e mais simples, como as brincadeiras de antes", afirma.
O PROJETO NUTAR
O grupo paulista Projeto Nutar atua pelo viés da relação íntima do palhaço com o público e por meio da mescla entre a arte circense contemporânea, a manipulação de objetos e a cultura popular, aliadas à magia e à poesia do pião. Formado em 2019 por um trio de experientes artistas circenses latino-americanos — Emerson Noise, Matias Donoso e Valentín Flamini —, o grupo tem como proposta o resgate das possibilidades e potências da memória afetiva e das relações humanas.
O grupo ressalta que seu trabalho tem como fio condutor e ponto de partida o pião, como objeto artístico e poético. A circulação desse projeto recebeu apoio da Lei Paulo Gustavo e se compromete a fazer um giro entre territórios, culturas e memórias. Para isso, reforçam o convite para a "criança interior" de qualquer pessoa resgatar essa tradição milenar.
PROGRAME-SE
II Festival do Pião e espetáculo circense
Quando: Hoje, dia 19, a partir das 14h30
Onde: Centro Cultural Casarão Rua Aracy de Almeida Câmara, nº 291, Barão Geraldo, Campinas
Entrada Gratuita
Informações: Instagram @centro_cultural_casarao @projetonutar
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