Robôs, androides, ciborgues: o tema é ‘Mulheres artificiais’

No filme “Ex Machina: Instinto Artificial”, Ava – robô dotada de Inteligência Artificial – é alvo de um teste. Já em “Blade Runner – O Caçador de Androides”, Rachael é androide que acredita ser humana. No clássico “Metrópolis”, um robô é construído com o objetivo inicial de substituir uma mulher morta. Todas essas personagens foram concebidas com corpos femininos e inspiraram a oficina “Mulheres Artificiais no Cinema Fantástico”, ministrada pela pesquisadora, crítica de cinema e antropóloga Isabel Wittmann. As aulas, quatro encontros no total, são gratuitas e acontecem no Sesc Campinas a partir de quarta-feira, 19h. Para participar, a inscrição deve ser realizada pelo aplicativo do Sesc, pelo celular.

O curso é baseado na pesquisa de doutorado de Isabel na área de Antropologia Social da USP, intitulado “Feminilidades maquínicas: gênero, sexualidade e corpo de mulheres artificiais no cinema fantástico”. O objetivo da pesquisa, e também da oficina, é traçar um panorama das criaturas citadas no título dentro do cinema. “Mulheres artificiais é um termo que eu cunhei para abarcar robôs, androides, ciborgues, todos os seres que ficam nesses limiares quando pensamos no cinema fantástico de ficção científica. Existe uma série de filmes em que eles estão presentes e que percebemos esses corpos que são fabricados para serem entendidos como corpos femininos”, explica a pesquisadora. Nas aulas, ela vai trazer a origem desses termos – robôs, androides, ciborgues – provenientes da literatura e como esses conceitos influenciaram o cinema. 

Os objetos de estudo da oficina são filmes de um período extenso da indústria cinematográfica, desde “Metrópolis” (1927), de Fritz Lang; do cinema mudo, até produções contemporâneas como “Ex Machina: Instinto Artificial” (2014), de Alex Garland, passando por outras obras muito conhecidas: “Blade Runner – O Caçador de Androides” (1984), “As Esposas de Stepford” (1975) e “Westworld – Onde Ninguém tem Alma” (1973), entre outras produções do gênero. “Esses filmes têm um apelo popular muito grande, clássicos que muitos já assistiram, então, existe essa proximidade com a temática. Isso pode ajudar a criar reflexões sobre esses temas”, analisa Isabel. 

De acordo com a pesquisadora, a ideia da oficina é abordar como essas personagens maquínicas são apresentadas ao longo da história do cinema, assim como as mudanças sociais e culturais que levaram a outras narrativas com novas dagens e percepções sobre elas, incluindo o recorte de gênero e sexualidade. “Também pensando em nossa relação com tecnologia e como ela está refletida nessas ficções, principalmente chegando no século XXI com a ascensão das inteligências artificiais”, completa. 

Isabel Wittman é mestra em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas, doutora na mesma área pela USP, com pesquisa sobre gênero, sexualidade e cinema. É criadora do “Feito por Elas”, projeto que visa a discussão e divulgação do trabalho de mulheres no audiovisual. Também faz parte da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci), é integrante do Grupo de Antropologia Visual (GRAVI) no Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA-USP) e votante internacional do Globo de Ouro.

PROGRAME-SE 

Oficina ‘Mulheres Artificiais no Cinema Fantástico’ 

Quando: Às quartas-feiras, a partir de amanhã, 12/06, e 19/06, 26/06 e 03/07, sempre às 19h
Onde: Sesc Campinas Rua Dom José I, 270/333, Bonfim, Campinas 

Entrada gratuita mediante inscrição no aplicativo do Sesc SP
Informações: Instagram @sescspcampinas e www.sescsp.org.br

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