ESTREIA

Remake adapta para os dias de hoje clássico de terror de 1982

'Poltergeist - O Fenômeno', que tem direção de Gil Kenan e atuação de Kennedi Clements, preserva boa parte do roteiro original, mas não emociona tanto quanto antes

Marita Siqueira
21/05/2015 às 09:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 13:04
Cena do filme 'Poltergeist - O Fenômeno', remake com direção de Gil Kenan (  Divulgação)

Cena do filme 'Poltergeist - O Fenômeno', remake com direção de Gil Kenan ( Divulgação)

As refilmagens de antigos sucessos do cinema, em alta nos estúdios de Hollywood, podem tanto agradar, com ou sem parcimônia, ou ser um grande desastre. Seja pelos jovens que não se envolvem mais com aquela fórmula desgastada, seja pelos adultos que se embebedam no saudosismo, as chances de decepcionar é grande. No caso de 'Poltergeist - O Fenômeno' ('Poltergeist', EUA, 2015. 94 min. Direção: Gil Kenan, 12 anos), que estreia nesta quinta-feira (21) nas salas de Campinas, há de se ponderar. Houve êxito na adaptação do clássico ao se preservar boa parte do roteiro original, mas o filme não emociona tanto quanto antes. A saber: o filme original, lançado em 1982 e escrito e produzido por Steven Spielberg — que ficava nos bastidores, dando “dicas” enquanto trabalhava em outros projetos — contou com direção de Tobe Hooper. O sinistro palhaço que aparece no longa dos anos 80 ainda figura entre os principais momentos do novo filme (agora sob a comando do diretor Gil Kenan e de Sam Raimi, cineasta expert em terror que se encarregou da produção). O tal boneco é apenas mais um artifício para o suspense, porém, às vezes assusta mais do que os fantasmas que surgem no breu e os fenômenos paranormais que norteiam a história. Por sinal, quem assistiu à primeira versão verá que a atual mantém o conto muito próximo ao original. Começa com a família Bowen em mudança para nova casa. Pai, mãe e filhos parecem se adaptar bem ao lar, exceto o filho do meio, Griffin, personagem de Kyle Catlett. Temeroso quanto às estranhas manifestações na casa, até então não percebidas pelos outros, o jovem permanece apreensivo do começo ao fim. Não demora para a tensão se propagar, pois trata-se de uma casa assombrada por forças malignas, os “poltergeist”. Quando as terríveis aparições se tornam mais frequentes e a filha mais nova, Madison (Kennedi Clements), é capturada através da televisão, a família se une para resgatá-la. Para tanto, recorre a ajuda de especialistas, entre eles um famoso apresentador de reality show sobre casas mal-assombradas. Esse é mais um detalhe que traz a história para o século 21. Além disso, há a ambientação com objetos contemporâneos, o uso de aplicativos em celulares e o drone controlado por tablet que auxilia no resgate da caçula. 'Poltergeist - O Fenômeno' ainda serve de inspiração para as crianças mais velhas atormentarem as mais jovens, só que está longe de causar tanto medo como outrora. Talvez pela produção de diversos longas do gênero de 30 anos para cá, as técnicas de susto tenham sido aprimoradas, deixando as antigas com menos “poder”. No enquanto, é justamente neste quesito que está o resultado positivo, ou seja, no fato preservar o conteúdo, inclusive com os tradicionais silêncios interrompidos bruscamente, tática recorrente nos filmes de terror.  

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