joana de verona

Quando a arte imita a vida e mostra paralelos

A atriz de Éramos Seis assume: quase um século de distância no tempo não é suficiente para afastar tanto assim a atriz da personagem

Da TV Press
27/03/2020 às 12:36.
Atualizado em 29/03/2022 às 19:45

Na pele da ativista Adelaide de Éramos Seis, a atriz Joana de Verona assume: quase um século de distância no tempo não é suficiente para afastar tanto assim a atriz da personagem. Afinal, assim como a jovem revolucionária da novela das 18h da Globo, Joana também precisou se adaptar a culturas diferentes em sua vida. Ela nasceu no Brasil, em São Luís, no Maranhão, porém, cresceu em Portugal. “Eu transito entre os países. Também estudei direção de documentário na França, trabalho na Alemanha... Às vezes, moro no Porto, fazendo teatro. Em outras, estou no Recife, atuando em um filme”, conta ela, garantindo que tem a mesma capacidade de adaptação aos lugares que Adelaide também demonstra ter. Outro ponto que aproxima ambas não arranca um discurso tão orgulhoso. É que Adelaide é uma das personagens nas quais a autora Angela Chaves aposta para tratar de um tema delicado tanto nos anos 1930 quanto hoje em dia: o machismo. No entanto, Joana tem consciência de que o momento é mais do que oportuno para debater sobre isso. “São muitos anos de supremacia masculina em relação à feminina, está muito enraizado ainda. Mas estamos em uma era de ressignificação de tudo. Não só das relações interpessoais, mas do preconceito, do racismo, do machismo”, avalia. Nas ruas, a impressão é a melhor possível, assim como nas redes sociais. Surpresa e feliz com a repercussão de sua personagem, Joana garante que muitas pessoas param para falar com ela. E de idades e épocas distintas. “Umas que nasceram em 1950, outras em uma época posterior da que a novela mostra. Mas que sentiram, durante a adolescência e a fase adulta, necessidade de afirmação. Que tiveram de lidar com vários tipos de preconceito e se identificam com a batalha e a personalidade da Adelaide”, pontua. Outro aspecto que chama atenção em Adelaide é sua preocupação com Justina, papel de Julia Stockler. Na trama, as duas estavam afastadas há 20 anos, desde que a caçula foi estudar na Suíça, ainda criança, longe da família. De volta ao Brasil, Adelaide não mede esforços para garantir o melhor para o equilíbrio físico e mental da irmã mais velha. “Ela a leva para um caminho de tratamento, com novas técnicas psíquicas e a pintura. E também questionando e provocando muito a mãe”, defende Joana, referindo-se a Emília, personagem de Susana Vieira. “Susana é uma artista muito experiente, uma interprete ágil. É muita tensão na nossa dinâmica de mãe e filha, mas a gente se diverte”, derrete-se. Já em ritmo de despedida de Éramos Seis – o último capítulo da novela vai ao ar nesta sexta-feira, 27 –, Joana sabe o que vai fazer quando terminar de gravar suas cenas. Ela voltará para Portugal, onde estreará um espetáculo que é uma criação própria. “Chama-se Mapa-Múndi e vai estrear em dois festivais de teatro de lá”, avisa.

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