na Praça Bento Quirino

Proteção ao monumento-túmulo de Carlos Gomes é discutida

O cuidado com os monumentos deixa a desejar, embora os órgãos públicos afirmem que façam manutenções periódicas

Cibele Vieira
24/09/2022 às 10:37.
Atualizado em 24/09/2022 às 10:37
O monumento-túmulo, no Centro, passou por recente manutenção, mas a sociedade pede cuidados permanentes (Divulgação)

O monumento-túmulo, no Centro, passou por recente manutenção, mas a sociedade pede cuidados permanentes (Divulgação)

Todo mês de setembro, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo realiza o "Mês Carlos Gomes", uma série de atividades em comemoração à vida e obra do compositor campineiro. É por isso que todo ano, no período que antecede seu aniversário de morte (16 de setembro), o monumento-túmulo, localizado na Praça Bento Quirino, recebe obras de revitalização, com limpeza, substituição do gramado e colocação de flores. No restante do ano, entretanto, o que se vê é lixo, pixações e roubo. Alcides Ladislau Acosta, da comissão organizadora dos eventos, conta que já "indicou enfaticamente à Secretaria de Cultura e Turismo que mantenha o monumentotúmulo de Carlos Gomes sempre com a manutenção permanente de limpeza, ajardinamento e recuperação dos itens danificados".

Ele explica que o monumento é um dos principais cartões postais da cidade e está instalado no marco zero de Campinas. Mas cita exemplos do abandono, lembrando que "estão faltando as luminárias de um dos postes no estilo da época de inauguração, a recolocação da corrente que protege o monumento e o florão de ferro furtado há dois anos, que adornava um dos cantos vivos da coluna que sustenta a estátua". E conta que sugere também aumentar a altura da grade de ferro que cerca todo o monumento. "É preciso proteger o local contra gente que joga lixo (bitucas de cigarro, copos plásticos e papéis de embalagem) no local. Por isso, uma faxina semanal é necessária, principalmente após o fim de semana e a feira que funciona no local". 

Ernesto Paulella, secretário de Serviços Públicos - órgão responsável pela limpeza pública -, informa que no momento "estuda a possibilidade, em diálogo com o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc), de aumentar a grade que cerca o monumento". A Secretaria de Cultura, entretanto, informou em nota que "no Condepacc não há nenhum projeto para o monumento Carlos Gomes em apreciação". Paulella afirma que "mantém equipes fixas de limpeza e manutenção, diariamente nas praças do Centro, o que inclui os cuidados com os monumentos". Alcides Acosta pondera que para a solenidade que ocorre tradicionalmente no local "foi feita uma boa limpeza da área ajardinada, foram plantadas mudas de flores e repintadas as letras que compõem o nome das óperas do maestro. Melhorou bastante, mas é preciso fazer muito mais".

O monumento em homenagem ao maestro Carlos Gomes foi inaugurado em 16 de setembro de 1905, quando seus restos mortais foram trazidos de volta para Campinas.

A pedra fundamental foi lançada por Santos Dumont - o pai da aviação - e a escultura assinada por Rodolfo Bernardelli - um dos maiores escultores brasileiros. O monumento foi construído em granito e tem a cantora lírica Maria Monteiro na base - representando a cidade de Campinas - e no topo uma imagem em tamanho real do maestro, como se estivesse regendo uma orquestra.

Antônio Carlos Gomes nasceu em Campinas em 11 de julho de 1836 e morreu em Belém, PA, em 16 de setembro de 1896, e é reconhecido como o mais importante compositor de ópera brasileiro.

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