Evento promove uma série que propõe a interação entre artes visuais e comida
O chef Silva Filho: a comida como linguagem e suporte para a arte (Divulgação)
Com o propósito de estimular e fomentar produções interdisciplinares e colaborativas entre artes visuais e gastronomia, o Ateliê Aberto promove o projeto 'Comestível', que reúne o artista plástico Daniel Acosta e o cozinheiro Antônio Silva Filho. “A ideia é usar espaços independentes e diferentes linguagens, misturando áreas segmentadas como a arte e a gastronomia”, explica Henrique Lukas Mendonça, um dos sócios do Ateliê Aberto. “Os dois artistas passarão por um período de residência no Ateliê com o objetivo de criar intersecções entre suas linguagens e suportes na criação de objetos, ações e experiências.”
O projeto foi contemplado com o Programa de Ação Cultural (ProAC), do governo do Estado e se estenderá ao longo de 60 dias. “Teremos seis atividades gratuitas, entre workshop, exposição, sessões de vídeos, intervenções públicas e experiências gastronômicas, no intuito de romper o distanciamento entre artista e público”, afirma Mendonça.
Com exposições de prestígio e diversos prêmios, Daniel Acosta circula entre arte, design e arquitetura, atuando com novas possibilidades de vida a partir da criação de objetos e espaços.
Antônio Silva Filho é chefe de confeitaria no restaurante D.O.M de São Paulo — considerado o quarto melhor restaurante do mundo e o melhor da América Latina — e apreciador das artes visuais (cursou artes plásticas em 2004). Juntos, Acosta e Filho aplicam suas práticas no desenvolvimento de um trabalho colaborativo entendendo comida como linguagem e também como suporte e meio para a arte.
A arte dos dois se une agora ao Ateliê Aberto, organismo de resistência cultural na cidade de Campinas há 15 anos. “O Ateliê Aberto se tornou conhecido por manter uma plataforma que fomenta a produção cultural contemporânea, promovendo um laboratório permanente para processos colaborativos de criação e convívio. Ao realizar o projeto Comestível em Campinas, o Ateliê vai ao encontro de um movimento de descentralização da produção em arte e cultura, deslocando do eixo Rio de Janeiro/São Paulo para o interior processos experimentais, que aguçam os sentidos para além de uma experiência visual”, diz Mendonça.
Os dois artistas iniciam a residência na sexta (5), e o primeiro workshop, 'Água na Boca', com Antônio Silva Filho, será realizado no sábado (6), com 20 vagas. No dia 17 de abril, os dois envolvidos promovem a 'Cozinha Portátil'. “Trata-se de uma intervenção-performance em que os artistas construirão uma cozinha portátil que se deslocará pelo Centro preparando comidas rápidas e oferecendo aos transeuntes”, explica Mendonça. No dia 18, os artistas abrem a exposição das obras que desenvolverão durante a residência e que ocuparão a fachada externa e a galeria do Ateliê. A exposição permanece no espaço até o dia 3 de junho.
O projeto prevê ainda duas 'Salas de Jantar - Objeto de Sentir', com Filho e Acosta (dia 20/4); e 'Devora-me e Decifra-me', com Paris Lado B Gastronomie (23/5). O 'Comestível' terá ainda a 'Sessão Saliva' (dias 9 e 10/5), uma seleção de filmes que abordam o tema comida, com curadoria do Ateliê Aberto. Todos os eventos são gratuitos, mas precisam de inscrição prévia.
Programação
6/4, das 16h às 20h: workshop 'Água na Boca', com Antônio Silva Filho (20 participantes)
17/4, das 16h às 20h: 'Cozinha Portátil', pelas ruas do Centro
18/4, às 18h: abertura da exposição 'Comestível' (até 3/6, das 14h às 19h)
20/4, das 20h às 22h: 'Sala de Jantar - Objeto de Sentir', com Antônio Silva Filho e Daniel Acosta (80 participantes)
9 e 10/5, das 16h às 22h: 'Sessão Saliva', com curadoria do Ateliê Aberto
23/5, das 20h às 22h: 'Sala de Jantar - Devora-me e Decifra-me', com Paris Lado B Gastronomie (80 participantes)
Local: Ateliê Aberto (Rua Major Sólon, 911 - Centro) - Campinas. Telefone: (19) 3251-7937
Inscrições via email: inscricao@atelieaberto.art.br