espetáculo especial

Projeto 'Choro Lírico' estreia nesta quinta em Campinas

Grupo Choro das 3 se une ao tenor Paulo Paolillo para um espetáculo especial na abertura da Mostra Sesi de Música Erudita

Karina Fusco
29/06/2022 às 09:55.
Atualizado em 29/06/2022 às 09:55
O tenor Paulo Paolillo se uniu às irmãs Lia, Corina e Elisa Meyer Ferreira: projeto “Choro Lírico” tem estreia da turnê no Sesi Amoreiras (Flávio Torres)

O tenor Paulo Paolillo se uniu às irmãs Lia, Corina e Elisa Meyer Ferreira: projeto “Choro Lírico” tem estreia da turnê no Sesi Amoreiras (Flávio Torres)

O que acontece quando um tenor se une a um trio de música instrumental brasileira? A resposta é simples - nasce um projeto especial batizado de “Choro Lírico”, que terá estreia quinta-feira (30) em Campinas - e o resultado promete surpreender. Estamos nos referindo ao tenor paulistano Paulo Paolillo, que vivia no exterior e voltou ao Brasil no início da pandemia, em 2020, e do trio Choro das 3, de Porto Feliz, com trajetória internacional, formado pela flautista Corina, a multi-instrumentista Elisa e a violonista de sete cordas Lia. Todas de sobrenome Meyer Ferreira.

Tudo começou naqueles meses difíceis de distanciamento social há dois anos, quando Paulo já se encontrava em Atibaia com sua família, após se desligar do teatro em que cantava no corpo de ópera, na Alemanha. Ao assistir às lives de grande sucesso do grupo Choro das 3, a identificação foi imediata.

Uma amiga em comum apresentou o temor às instrumentistas e logo que se encontraram e ele começou a cantar acompanhado pelo trio de irmãs, os quatro já começaram a pensar em um projeto para se apresentarem juntos. "Como temos estilos diferentes e não se encontra cantor lírico cantando com essa nossa formação, começamos a pesquisar o repertório", afirma Corina. "As músicas napolitanas foram as primeiras que a gente fez e então partimos para um repertório mais clássico para mostrar essa influência que passa pela música instrumental brasileira", completa a flautista, ressaltando que o choro é a música de câmara brasileira. Ela conta que sempre que o trio se apresenta no exterior, é comum ouvir pessoas o definindo como um conjunto de câmara "exótico". 

Para o show de uma hora de duração, serão apresentadas 12 músicas. "Fizemos transcrições e arranjos de músicas que normalmente são executadas por orquestras ou piano e voz e deu muito certo", revela. O público deve ser surpreender, pois, como avisa Corina, "não é choro, é música clássica mesmo, só que acaba tendo um toque de brasilidade. É um show totalmente diferente de tudo o que já fizemos".

Após a estreia em Campinas, onde já estiveram várias vezes e sempre foram bem recebidas, as irmãs levam a turnê especial para mais duas cidades no interior de São Paulo e terminam na capital paulista no dia 20 de julho. "É um projeto que fazemos em paralelo ao show de nosso último disco 'Olho de Boi'. Em todas as apresentações, homenageamos o nosso pai (o pandeirista Eduardo, companheiro de jornada em 11 discos e viagens por 19 anos), que faleceu no ano passado e estava muito feliz com essa parceria com o tenor Paulo", finaliza Corina.

Abertura de evento de música erudita

É com a apresentação de "Choro Lírico", que as irmãs do Choro das 3 e o tenor Paulo Paolillo abrem a programação da Mostra Sesi de Música Erudita, que acontece no teatro do Sesi Amoreiras entre 30 de junho e 2 de julho. O show, no qual o choro e o canto lírico se encontram de maneira inusitada trazendo releituras de clássicos mundiais, será nesta quinta-feira, 30, às 20h.

Na sexta, 1º de julho, o grupo de jazz "Escalandrum", criado por Daniel Pipi Piazzolla, neto do Astor Piazzolla, em 1999, sobe ao palco com o espetáculo "Piazzolla Centenário". A apresentação terá um repertório com os mais reconhecidos tangos de Astor em versões jazz do seu último disco "100", que o sexteto fez em homenagem ao mestre argentino do bandoneon. 

No sábado, 2, a Orquestra Abaporu fecha a programação com o concerto "Brasil Manifesto". Inspirado no Manifesto da Poesia Pau-Brasil do célebre poeta paulistano Oswald de Andrade, o projeto propõe mostrar que, apesar de ter como cerne a formação orquestral enraizada na tradição europeia, a música brasileira tem sua estética própria e é expressão viva e pulsante da linguagem de seu povo. 

Para todas as apresentações, sempre às 20h, os ingressos são gratuitos e estão disponíveis no site Meu Sesi. Na entrada é preciso apresentar o QR Code pelo celular. Os ingressos remanescentes serão distribuídos antes do início de cada apresentação no Teatro do Sesi Amoreiras. A duração de cada espetáculo é de 60 minutos e a capacidade do teatro é de 361 lugares.

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