LABORATÓRIO CISCO

Produtora de cinema de Barão completa uma década

Desde 2003, produz conteúdo autoral, deixando de lado peças publicitárias e parcerias com empresas

Fábio Trindade
fabio.silveira@rac.com.br
15/08/2013 às 10:47.
Atualizado em 25/04/2022 às 05:18
Julio Matos (da esq. para a dir.), o cineasta Renato Tapajós, Coraci Ruiz e Hidalgo Romero na sede da produtora Cisco, em Barão Geraldo ( Rodrigo Zanotto/Especial para AAN)

Julio Matos (da esq. para a dir.), o cineasta Renato Tapajós, Coraci Ruiz e Hidalgo Romero na sede da produtora Cisco, em Barão Geraldo ( Rodrigo Zanotto/Especial para AAN)

Fazer cinema autoral é difícil no Brasil. Quem decide se aventurar na área, sabe que o caminho é repleto de obstáculos, do começo ao fim. Captar recursos não é uma tarefa fácil e, mesmo depois de ter o trabalho pronto, é preciso enfrentar o gargalo de exibição, que atrapalha que obras cheguem até quem mais importa nessa história: o público. Mesmo assim, a produtora Laboratório Cisco, com sede em Barão Geraldo, tomou como decisão, desde sua fundação, em 2003, produzir conteúdo autoral, deixando de lado peças publicitárias, parcerias com empresas e coisas correlatas. “Estar fora do eixo comercial é complicado, mas sempre quisemos fazer documentários, curtas, longas, projetos que seguissem uma linha em que acreditamos. E é nisso que nos empenhamos desde então, em conteúdo”, conta Julio Matos, um dos fundadores da Cisco.Dez anos depois, ele, Coraci Ruiz e Hidalgo Romero, que completam o time da Cisco, celebram uma década próspera, com projetos que ganharam o mundo e diversos prêmios, mesmo com todas essas adversidades. Eles lançaram no ano passado, por exemplo, o primeiro longa de documentário, Cartas de Angola, que participou de importantes festivais, entre eles o 17 É Tudo Verdade (Rio de Janeiro e São Paulo) e o 24 Cinelatino (em Toulouse, na França), além de ter sido premiado como Melhor Documentário no 4 Festival do Filme Etnográfico do Recife, Melhor Documentário Internacional do 5 Festival de Internacional de Cinema de Luanda e recebeu o prêmio da Comissão de Países de Língua Portuguesa no FESTin, em Lisboa.“Foi um projeto muito bacana que, agora, vai ser lançado no Sesc TV. Mas ele circulou por festivais e vai para a TV pulando o circuito comercial, mostrando como ainda é difícil ingressar nesse mercado. Mas esse é o nosso papel e é esse percurso que temos que trabalhar, para abrir espaço para o cinema nacional”, afirma Coraci.O contato com grandes nomes também ajuda o trabalho. O premiado cineasta Renato Tapajós, que tem uma carreira consolidada com a realização de muitos documentários políticos desde os anos 1980, foi, desde o começo da Cisco, um grande apoiador e referência para o trabalho do trio. Uma parceria que perdura até hoje e será celebrada na comemoração de dez anos do grupo, com a exibição de dois de seus filmes, frutos dessa união de forças.O primeiro, Em Nome da Segurança Nacional, lançado em 1984 e restaurado pela Cisco, registra as sessões do Tribunal de Tiradentes, evento promovido em 1983 para “julgar” a Lei de Segurança Nacional, de 1967, que tornava todos os cidadãos responsáveis pela segurança do País. O filme foi proibido pela censura até o final da ditadura militar. O segundo, O Fim do Esquecimento, foi lançado este ano no festival É Tudo Verdade e foi produzido pela Cisco. O filme procura personagens que participaram justamente do Tribunal de Tiradentes e outros que se destacaram na luta pelos direitos humanos para retomar a questão da doutrina de segurança nacional depois de três décadas.“Escolhemos esses títulos porque os filmes dialogam entre si, falam da ditadura, já que um resgata para os dias de hoje uma discussão tão importante que foi feita lá na década de 80. O Fim do Esquecimento procura personagens que foram importantes no Em Nome da Segurança Nacional. É algo muito bacana”, lembra Coraci.Sessão duplaA sessão dupla será realizada hoje, às 20h30, no Cine Topázio do Shopping Prado, com entrada a R$ 2,00. Além disso, haverá uma festa amanhã, na Casa São Jorge, com as atrações Bloco do Cupinzeiro, DJ Paulão e Ieda Cruz e Nega Madame.Agende-se O quê: Sessão dupla com os filmes Em Nome da Segurança Nacional e O Fim do Esquecimento, de Renato TapajósQuando: Nesta quinta-feira (15), às 20h30Onde: Cine Topázio (Shopping Prado, Av. Washington Luis, 2.480, Parque Prado, Campinas, fone: 3276-3610)Quanto: R$ 2,00 Festa dos dez anos da Cisco, com Bloco do Cupinzeiro, DJ Paulão e Ieda Cruz e Nega MadameO quê: Festa dos dez anos da Cisco, com Bloco de Cupinzeiro, DJ Paulão e Leda Cruz e Nega Madame Quando: Na sexta-feira (16), às 20hOnde: Casa São Jorge (Av. Santa Isabel, 655, Barão Geraldo, Campinas, fone: 3249-1588)Quanto: Até as 21h, R$ 12,00; após, R$ 17,00. O ingresso do cinema dá direito a um desconto de R$ 2,00 na entrada da festa

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