ALAGOAS

Primeira capital foi em Marechal Deodoro

A história da primeira capital de Alagoas se mistura aos sons da banda de pífanos, da rabeca de seu Nelson e das orquestras filarmônicas

Léa Macedo
lea@rac.com.br
28/04/2019 às 12:00.
Atualizado em 04/04/2022 às 08:31

Quem caminha pelas ruas de Marechal Deodoro respira história e se encanta com o casario, as igrejas, os santos e os anjos dos séculos XVII e XVIII. A história da primeira capital de Alagoas se mistura aos sons da banda de pífanos, da rabeca de seu Nelson e das orquestras filarmônicas, em cenário de cores da lagoa Manguaba, das praia do Francês e do Saco. O clima é bucólico de um jeito que a gente quer fazer parte. Proclame a Felicidade O nome do município é em homenagem ao primeiro presidente do Brasil e ao proclamador da República, Deodoro da Fonseca, que nasceu em 5 de agosto de 1827, na cidade antes batizada de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul. Inspirado pelo exemplo de Deodoro, que tal proclamar sua felicidade ao chegar ao destino que reúne praias, lagoa, gastronomia, história e cultura? Ruas Históricas A cidade de Marechal Deodoro, desde 2009, é tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Seu conjunto arquitetônico e urbanístico encanta pelo seu casario e igrejas do Brasil colonial. A Prefeitura da cidade está trabalhando na revitalização da área e, hora ou outra, pode ser que algum lugar tenha um “ar” bagunçado. Mas não se preocupe, isso não é falta de infraestrutura - é só enquanto as obras estão sendo realizadas. A maioria das construções já foi restaurada e toda a região está muito bem conservada. Existe um sentimento de pertencimento e orgulho que exala de cada casinha colorida. Circuito a Pé O legal é fazer um circuito a pé conhecendo o Palácio Provincial (sede da prefeitura), Casa de Marechal Deodoro, Igreja Nossa Senhora do Amparo, Igreja Nossa Senhora da Conceição, Igreja do Rosário dos Negros, o Convento de Santa Maria Madalena e a Ordem Terceira de São Francisco. Casa de Marechal Deodoro O museu funciona na casa onde nasceu Marechal Deodoro da Fonseca. A residência passou por modificações e apenas sua fachada foi preservada. No museu, existem fotos da família e mobiliário de época. Cidade Musical É muito comum, ao caminhar pela cidade, escutar as tradicionais bandas de música. Sociedade Musical Filarmônica Santa Cecília, Sociedade Musical Carlos Gomes e Filarmônica Manoel Alves de França são as principais. Formadas pelos jovens de Marechal Deodoro, essas agremiações dão o tom musical e, se tiver sorte, pode assistir aos ensaios na praça. Além disso, quem visita a cidade histórica pode vivenciar a tradicional banda de pífanos, típica do nordeste brasileiro. Nelson da Rabeca Na porta de casa, uma rabeca já indica que ali mora o mestre da música, um Patrimônio Vivo de Alagoas. É uma casa simples, fruto do Movimento dos Amigos de Nelson, que realizou uma campanha para o músico ter casa própria e, ao mesmo tempo, o lugar funciona como oficina para ensinar as novas gerações a produzirem rabecas de madeira. Antes de se tornar patrimônio, Nelson trabalhou na roça até os 54 anos. A paixão pela música surgiu na terceira idade, quando confeccionou o próprio instrumento e passou a fazer arte. Feira Literária De 31 de agosto a 3 de setembro, a cidade histórica de Marechal Deodoro vira palco de leitura, artes, música, palestras e muita poesia na Festa Literária de Marechal Deodoro – Flimar –, que está em sua sétima edição. O evento já homenageou nomes como o da psiquiatra alagoana Nise da Silveira, o compositor cearense Raimundo Fagner, o músico Djavan e o escritor Jorge de Lima. O evento faz parte do calendário cultural do Estado e já teve sete edições. Bordados Pelas ruas da cidade histórica, mulheres bordam na porta de casa o ponto filé e têm um espaço só para elas, batizado de Mercado das Rendas. Nele, elas também fazem os cestos de cipó. Mas, em Marechal Deodoro também se bordam com os pontos labirinto e singeleza. Este último produz um bordado raro e tipicamente alagoano. Arte dos Franciscanos Imperdível em Marechal Deodoro: o Complexo Conventual Franciscano de Santa Maria Madalena (formado por igreja, a Capela da Ordem Terceira, e convento), que levou mais de um século (XVII e XVIII) para ser construído, com o auxílio de doações de moradores e através da mendicância realizada pelos frades da antiga Vila Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul. Museu de Arte Sacra O complexo também abriga o Museu de Arte Sacra Dom Ranulpho, um dos mais importantes do Nordeste, com valioso conjunto de belas imagens sacras de santos, anjos, Nossa Senhora e Jesus, que representam um acervo de 500 peças sacras dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX. Destaque para as imagens de São Francisco (XVII) e de Santa Maria Madalena (XVII), ambas em terracota. Perto de Deus As famílias mais abastadas da época do Brasil Colônia acreditavam que, para ficar mais perto de Deus, valia pagar uma boa quantia por um túmulo na igreja, em especial nos lugares próximos a altares e às pias de água benta, porque, quando as pessoas se benziam, os pingos favoreciam os defuntos. Pelo menos 60 famílias tiveram o privilégio de ficar mais “próximas de Deus”. Santa Clara O convento de Marechal Deodoro tem raridades como a pintura de Santa Clara no forro da capela, assinada pelo pintor pernambucano José Eloy, datada de 1817. Curioso, o olhar de Santa Clara acompanha o visitante em qualquer direção. Ou seja, a santa sempre está olhando por nós. Informações úteis: as visitas acontecem de quarta-feira a domingo, das 10h às 16h. É cobrada uma taxa simbólica de R$ 2,00. Estrada Doce Na rodovia de Marechal Deodoro, a tradição são as cocadas nos sabores de coco queimado, maracujá, goiaba e acerola. Também os doces suspiros fazem a festa dos viajantes. Também comum alí é o comércio de caranguejos, patas de uçá e das frutas da estação, como manga, caju, mangaba e pitomba. Massagueira Alagoano tem como ritual sagrado comer peixadas, camarões, sururu, maçunim e até pato no povoado de Massagueira, núcleo de bares e restaurantes da culinária regional à beira da lagoa Manguaba. O lugarejo de pescadores também abriga restaurantes charmosos com gastronomia contemporânea. Espere o pôr do sol à beira da lagoa! Na saída, não esqueça de comprar alguma sobremesa. Tem cocada, suspiro e quebra queixo das doceiras da região. Barra Nova Marechal Deodoro é um município de muitos sabores, seguido pela vila de Massagueira e o povoado de Barra Nova, com bares e restaurantes ricos da gastronomia de frutos do mar e regional. De lá, tem passeio de barco até a charmosa prainha, uma faixa de areia cercada pelo mar e pela lagoa. Não é permitido o tráfego de veículos motorizados por lá. O local é inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) de Santa Rita. Vale a visita! Praias do Saco e Francês Antes de chegar na badalada praia do Francês, encontramos a Praia do Saco, protegida pelos arrecifes que formam piscinas naturais. Mar tranquilo e com várias casas de veraneio, conta com bares e restaurantes que dão mais sabor ao paraíso. Já o Francês é destino badalado a 22 quilômetros de Maceió. É point predileto de surfistas de todo o país!

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