RESULTADO

Prêmio Cine Cosmo agita produção de cinema regional

''Um Amor, Duas Vidas' feito em Campinas e Paulínia, vence festival de curtas de Cosmópolis

Bruno Bacchetti
20/10/2013 às 07:16.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:52
Troféu Cine Cosmo exposto na mostra ( Edu Fortes/AAN)

Troféu Cine Cosmo exposto na mostra ( Edu Fortes/AAN)

O filme 'Um Amor, Duas Vidas', produzido em Campinas e Paulínia, foi o grande vencedor da 2ª edição do festival de curta-metragens Cine Cosmo – Mostra Audiovisual Hardy Kowalesky, em Cosmópolis, na Região Metropolitana de Campinas (RMC). O evento foi realizado entre quinta-feira e sábado (19) em um cinema improvisado no prédio da Secretaria Municipal de Cultura. Para participar do evento, realizado pela Secretaria de Cultura de Cosmópolis, os curtas precisavam ter no máximo até 25 minutos de duração e terem sido produzidos entre 2011 e 2013. O regulamento só prevê inscrições de filmes produzidos nas 19 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Ao todo, foram oito concorrentes.A cidade não possui uma sela de cinema desde 2006, quando a única sala (o Cine Cosmópolis Plaza) foi fechada por falta de público. Normalmente, as pessoas viajam a Campinas para acompanhar as produções em cartaz. O festival teve entrada gratuita e público de cerca de cem pessoas em cada uma das suas duas noites de exibição.Uma série de debates sobre produções audiovisuais e políticas culturais marcou o encerramento do evento, neste sábado (19). Ele começou na quinta-feira e terminou com um bate-papo com André Sturn, cineasta e diretor do Museu de Imagem e Som (MIS) de São Paulo, além da premiação dos três melhores filmes eleitos pelo júri. Em segundo lugar ficou a produção Paus e Pedras, com Roberto no País dos Justos em terceiro. Os três melhores curtas-metragens receberam kits de DVDs, livros e CDs, com colaboração do Museu da Imagem e do Som de São Paulo.De acordo com a diretora de Cultura de Cosmópolis, Carina Bentlin, uma das organizadoras do festival, os oito curtas-metragens exibidos no Cine Cosmo serão disponibilizados para as secretarias de Cultura das cidades da região, e futuramente será programado um circuito nos municípios que quiserem exibir os filmes. Carina ressaltou que um dos principais objetivos é oferecer visibilidade para os curtas-metragens produzidos na RMC. “Esta é a segunda edição do evento, que foi realizado pela primeira vez em 2011. O objetivo é fomentar a circulação audiovisual entre as cidades da RMC e dar espaço aos produtores da região. O pré-requisito para participar do festival é ter sido rodado na região”, explicou Carina. “Um dos intuitos do festival é formar um público que se interesse pelo festival”, completou.O vencedor Um Amor, Duas Vidas abriu o festival na quinta-feira e levou o prêmio de melhor filme. O curta tem direção e produção de Fernanda Ferreira e foi rodado em Paulínia e Campinas.O filme tem 15 minutos de duração e conta a história do casal Henrique e Lana, que vivia de arte em uma pequena comunidade distante dos grandes centros, de forma alegre e tranqüila, até suas vidas mudarem drasticamente com a eclosão da 1ª Guerra Mundial, em 1914. O casal é interpretado por Fernanda Ferreira, que além de dirigir e atuar também produziu o curta, e Mateus Migotto. O filme tem direção de fotografia de Marco Doretto, edição de João Solimeo e trilha sonora d’O Teatro Mágico e Cia. Artística Ungambikkula.Ainda no primeiro dia da mostra foram exibidos os filmes Ruas, com direção de Leandro Xavier e rodado em Indaiatuba; O Mistério de Monalisa, dirigido por Rociel Manoel de Lima e rodado em Cosmópolis e Campinas; e Pensamento Livre, produzido em Campinas e Sumaré e dirigido por Felipe Pereira da Silva. Na quinta-feira, o público acompanhou um bate-papo sobre produção cultural com o jornalista e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP Anderson Zotesso.Na sexta-feira foram exibidos os filmes Roberto no País dos Justos, dirigido por Flávio Carnielli e rodado em Campinas; Anamnesis, dirigido por Luiz Andreghetto e rodado em Campinas; Paus e Pedras, também de Campinas e com direção de Vitor Casemiro; e A Piada, de Guilherme Ramos Pilanski, com cenas em Campinas e Sumaré.Responsável pela direção e produção do curta Anamnesis, cujo tema gira em torno do relacionamento de um garoto e seu avô, Luiz Andreghetto comemorou a oportunidade de um evento desta natureza na região, que abriu espaço para as obras produzidas na RMC. “Isso é ótimo, porque é uma maneira que temos de mostrar os filmes. Apesar de que, hoje, é fácil divulgar na internet e em redes sociais. Mas é legal ter um local físico onde as pessoas possam ver os curtas produzidos na RMC por pessoas que não terão retorno financeiro e fazem o filme por amor à arte”, destacou Andreghetto. HomenagemNesta edição, o Cine Cosmo homenageia Hardy Kowalesky. Sua família é de origem alemã e suíça e imigrou para o Brasil no começo do século 20. Seus pais resolveram se instalar no então Núcleo Campos Salles, em Cosmópolis. Hardy nasceu em 21 de fevereiro de 1929 e foi pioneiro na projeção cinematográfica independente na cidade e região, iniciando essa atividade por volta de 1953.Ele trabalhou como projetista na Empresa de Cinema Ambulante de 1952 até 1985. Viajava pela região com um caminhão furgão verde, apelidado de “Melancia”,, onde carregava seus apetrechos. Por onde parava, o público se juntava para assistir as cenas dos filmes exibidos pelo projetista. Em Cosmópolis, os filmes eram projetados no Cosmopolitano F.C.Hardy deixou ainda em acervo uma grande quantidade de filmagens de Cosmópolis e faleceu dia 3 de outubro de 2011, aos 82 anos.

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