FILME

Poesias e trocas possíveis entre realidade e ficção

Campineira Marília Misailidis lança curta-metragem poético on-line

Da Agência Anhanguera
27/09/2020 às 12:01.
Atualizado em 28/03/2022 às 00:09
Marília e Seblen: bastidores da produção do curta-metragem Leituras (Seblen Mantovani/Divulgação)

Marília e Seblen: bastidores da produção do curta-metragem Leituras (Seblen Mantovani/Divulgação)

Livremente inspirado na obra A Menina de Papel, de Julián Fuks, o curta-metragem Leituras estreou este mês no formato virtual e pode ser assistido no site www.celacanto.art e no Youtube (https://youtu.be/XNn1T6BPnII), com acesso gratuito. Idealizado pela atriz, cenógrafa, professora e pesquisadora Marília Misailidis, o filme foi todo gravado durante a quarentena no apartamento em que mora com o marido Seblen Mantovani, que assina a câmera e a fotografia da produção. Natural de Campinas, Marília saiu da cidade em 2007 para estudar teatro no Rio de Janeiro. Sua família ainda mora no distrito de Sousas. O pai dela, Gustavo Corrêa de Camargo, morto em 2001, era repórter de política e economia do Correio Popular entre 1987 e 1991. Voltado para o público infantojuvenil, o curta de 12 minutos mistura live action, desenho, recortes e animação para contar a história de uma menina que descobre ser personagem de um livro. A narrativa mostra duas leitoras que pertencem, cada uma a seu modo, tanto ao plano da ficção quanto ao da realidade. No desenrolar da trama, elas tomam consciência de si mesmas e de onde estão inseridas enquanto desempenham com o público uma mesma ação: ler. “Embora exista uma diversidade imensa de textos e possibilidades de leitura, é comum nos depararmos com esforços que acabam por reduzir essa ação a um gesto passivo, onde o leitor é visto como alguém destituído de capacidade e desejo, que se submete a leituras por acreditar que um dia esse ato voluntário de submissão será recompensado com o poder do conhecimento”, analisa a autora. “Diante disso, acho fundamental apresentarmos outras imagens, em especial aquelas que lembram que a leitura pode ser também um ato de criação, encontro e afeto. Ou ainda, um lugar paradoxal onde o encontro com uma voz alheia só é possível se o leitor for capaz de retomá-la e fazê-la ecoar dentro de si com a sua própria voz.” Para o filme, Marília desenhou cerca de 40 ilustrações que compõem a arte do curta. Ela e Seblen gravaram ao longo de 15 dias em diversos ambientes do apartamento do casal e até no corredor do prédio onde moram, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Ao todo, foram três meses de trabalho, contando com a pré e pós-produção. O curta foi contemplado pelo Edital Cultura Presente nas Redes da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro.

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