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Personagens Pelezinho e Astronauta chegam à Alemanha

Maurício de Sousa esperava pela distribuição de seus gibis na Europa há 30 anos

Agência Estado
correiopontocom@rac.com.br
14/10/2013 às 16:12.
Atualizado em 25/04/2022 às 00:22

Pelezinho, um dos muitos personagens criados por Maurício de Sousa ( Divulgação)

A chegada dos gibis de Pelezinho e do Astronauta na Alemanha representa um gol que Maurício de Sousa vem esperando marcar há quase trinta anos. “Publiquei quadrinhos da turma da Mônica aqui e em outros países europeus durante cinco anos, na década de 1980, mas, como os mercados locais se sentiram ameaçados, a distribuição foi simplesmente cortada e minha editora não tinha como escoar o produto”, contou ele, na manhã deste domingo (13), em um encontro com outros quadrinistas nacionais: Lourenço Mutarelli, Lelis, Fernando Gonsales, Fabio Moon e Gabriel Bá - Ziraldo não estava presente por recomendação médica. Foi a primeira vez que Mauricio conversou publicamente sobre o assunto. E ele lembrou que descobriu a ação por acaso. “Eu viajava para Lucca, na Itália, quando parei na Suíça alemã, onde conhecia um jornaleiro português”, contou. “Pedi um exemplar da Mônica em alemão e ele, envergonhado, mostrou os gibis escondidos debaixo dos jornais. ‘Temos ordem de não vendermos seus quadrinhos’, disse.” O quadrinista foi pesquisar e descobriu que sua principal editora, a dinamarquesa Ehapa, não mais conseguia distribuir as revistinhas - e isso valia para toda Europa, com exceção de Portugal, onde o contrato era outro. “Editávamos cerca de 60 mil exemplares por mês na época para 14 países e, com a proibição de uma distribuidora (ele não quis revelar o nome), deixamos o mercado europeu.” A retomada acontece agora, Pelezinho, Astronauta e, futuramente, Piteco. Hoje, os quadrinhos de Mauricio são publicados em 32 idiomas e em mais de 50 países. Em alguns, como a Indonésia, onde é editada há 20 anos, Mônica atinge tal penetração que é considerada um personagem local. “Isso em um país muçulmano, onde o comportamento da mulher segue regras específicas”, observa. O salto agora é entrar em dois poderosos mercados: Japão e EUA. “No final do ano, teremos uma reunião com o governo japonês, que zela pela proteção dos mangás - queremos lançar lá a série Mônica Jovem”, comentou Mauricio. Para os EUA, ele prepara um arsenal de desenhos para TV. “Estamos com um bom material pronto e pretendemos ter mais para, quando estrear lá, conseguir emendar várias temporadas.” Maurício conta que, na maioria dos países, o mercado das HQs estrangeiras só é sedimentado depois que o público conhece os personagens por desenhos animados. “Chegaremos lá, estamos comendo pelas beiradas”, brinca ele que, ao utilizar o plural, refere-se aos funcionários de sua empresa, Mauricio de Sousa Produções, que conta com cerca de 200 funcionários.

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