no Castro Mendes

Peça 'Adeus, Palhaços Mortos' faz 2 apresentações

Três grandes artistas circenses do passado se reencontram acidentalmente, depois de muitos anos, na antessala de uma agência de empregos

Da Agência Anhanguera
12/07/2019 às 12:44.
Atualizado em 30/03/2022 às 23:04

Três grandes artistas circenses do passado se reencontram acidentalmente, depois de muitos anos, na antessala de uma agência de empregos. Eles sabem que só um será escolhido. Nesse dia, suas amizades, memórias, segredos, pequenezas e vilanias serão expostos, criando, dessa maneira, uma ode ao ofício do ator e uma reflexão sobre os fundamentos da carreira artística. Essa é a temática principal do espetáculo Adeus, Palhaços Mortos, da companhia teatral Academia de Palhaços, que será apresentado hoje e amanhã no Teatro Municipal José de Castro Mendes, com entrada franca. “Adeus, Palhaços Mortos é uma experiência estética para refletir a urgência da arte, a obsolescência do ofício e a ironia da sobrevivência. Para tirar o espectador de um lugar entediante e de meio-termo. É uma busca radical por maravilhar-se. Uma experiência dialética entre o conteúdo angustiante e uma visualidade e sonoridade impactantes”, resume a atriz Laíza Dantas, que divide a cena com Paula Hemsi e Maurício Schneider. As apresentações, que contarão com audiodescrição e intérprete de Libras (língua brasileira de sinais), integram o Programa Petrobras Distribuidora de Cultura, uma seleção pública com foco no segmento de circulação de peças teatrais não inéditas, com a proposta de apresentar a diversidade da linguagem teatral brasileira para os públicos de todo o país. Inspirada na obra do dramaturgo romeno Matei Visniec, a peça marca a consolidação da parceria artística entre a companhia e o diretor José Roberto Jardim, que já trabalharam juntos em outras ocasiões e configurações, mas que se encaram como diretor e elenco pela primeira vez. O espetáculo recebeu o prêmio Shell de Melhor Cenário, o Prêmio Aplauso Brasil de Melhor Espetáculo de Grupo e o Prêmio de Melhor Direção pela Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro (APTR). A montagem representou o Brasil no Festival World Stage Design 2017, em Taipei (Taiwan), e nos Festivais Internacionais de Trabzon e Antália, ambos na Turquia. A Academia de Palhaços foi fundada em 2007 por atores vindos do curso de Artes Cênicas da Unicamp. Em 2019, comemora 12 anos de uma trajetória de pesquisa e produção teatral continuadas. A companhia deu início a uma investigação cênica sobre o palhaço de picadeiro brasileiro e, nos 10 espetáculos produzidos até o momento, transitou pelo universo do ator popular. Cinco desses espetáculos foram realizados sobre uma kombi-palco em um projeto de teatro itinerante. Em 2015, a kombi pegou fogo e teve queimados os cenários, figurinos, palco e equipamentos de som e iluminação. Diante desse acidente trágico, a companhia encerrou as atividades. Dois de seus integrantes desistiram do teatro. Mas as artistas Laíza Dantas e Paula Hemsi decidiram seguir com o trabalho, o recomeço e mudança de ciclo. “Diante da necessidade de nos reinventar, convidamos o diretor José Roberto Jardim no intuito de reler nossa trajetória artística a partir de outras lentes. Afinal, Jardim trabalha numa perspectiva estética distante da pesquisa da companhia, tendo seu olhar voltado ao teatro contemporâneo, suas performatividades (quando o ato da fala implica na realização simultânea pelo locutor), porosidades, fundamentos e raízes”, conta Laíza. Além dele, juntou-se ao grupo Maurício Schneider. Jardim topou o convite e trouxe o texto Um Trabalhinho Para Velhos Palhaços, de Matei Visniec, que trata justamente de três artistas circenses diante do fim de suas existências, de suas carreiras e da arte. Uma metáfora perfeita para catalisar artisticamente o momento de fim/recomeço da Academia de Palhaços e seus atores. A direção musical é de Tiago de Mello, o cenário e as vídeo projeções ficaram a cargo do Coletivo BijaRi, o figurino foi criado pelo estilista Lino Villaventura e o visagismo tem a assinatura do ator Leopoldo Pacheco. AGENDE-SE O quê: Adeus, Palhaços Mortos, da Academia de Palhaços Quando: Hoje e amanhã, às 21h Onde: Teatro Castro Mendes (Praça Corrêa de Lemos, s/nº, Vila Industrial, fone: 3272-9359) Quanto: Entrada franca (ingressos distribuídos uma hora antes de cada apresentação)

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