PÉ NA ESTRADA

Para aqueles que buscam paz e descanso no interior de SP

A aproximadamente 100 km de Campinas, São João da Boa Vista reserva pontos turísticos para todos os gostos, além de paz e conforto

Delma Medeiros
delma@rac.com.br
13/03/2015 às 14:22.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:52

São João da Boa Vista proporciona ao turista cenários de todos os tipos e trazem paz e sossego ( César Rodrigues/ AAN)

Conhecida como a cidade dos “crepúsculos maravilhosos”, São João da Boa Vista, a 123 quilômetros de Campinas, convida a uma imersão na natureza. Para quem gosta de verde e cachoeiras, a cidade serrana é destino certo. Tanto que os produtores rurais, atentos à demanda de visitantes em busca de paz e descanso, têm investido cada vez mais no turismo gastronômico rural. Na Serra da Paulista, pelo menos três propriedades criaram seus restaurantes e oferecem almoço nos finais de semana: Restaurante Fortaleza, instalado no sítio homônimo; Restaurante Caminho da Roça e Mirante Pesk. No primeiro, os clientes dispõem de estacionamento interno, playground e cachoeira. “Os produtores rurais constataram a vocação turística e passaram a investir nisso, se prepararam com ajuda do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas). E a administração pública dá suporte, mantendo as estradas vicinais em boas condições e ajudando na divulgação”, explica Telma Salles Corulli, do setor municipal de Turismo. No Restaurante Fortaleza, o fogão a lenha, a comida típica caipira e a cachoeira, a poucos metros, são as grandes atrações. “Começamos num espaço pequeno, mas a demanda foi tanta que fomos ampliando o galpão do restaurante, a cozinha, o fogão. Nos finais de semana chegamos a receber 600 pessoas num dia”, conta a proprietária e chef de cozinha Elza Barolin Tabarim. O restaurante funciona para almoço nos finais de semana e feriados, mas pode ser reservado para eventos específicos. “Atendo no dia e horário determinados, mediante agendamento para grupos acima de 50 pessoas”, diz Elza. No Mirante Pesk, também conhecido como o Restaurante das Trutas, são criadas, pescadas e servidas as melhores trutas da região. No Caminho da Roça, há opção de pesque e pague e música ao vivo aos domingos. Quem quiser passar o fim de semana na serra, uma alternativa de hospedagem é a Pousada Cantinho da Paz, no Km 13 da Estrada da Serra da Paulista. Para além da gastronomia, a paisagem exuberante da Serra da Paulista e os banhos de cachoeira compensam, e muito, uma esticada até São João. Além da queda d’água no sítio Fortaleza, outra cachoeira que deslumbra os visitantes é a do Mirante, na Fazenda Santana. O local não tem restaurante, mas a proprietária, dona Mercedes Arcuri, mantém um quiosque para venda de salgados, bebidas e pão caseiro, feitos por ela mesma. Na Fazenda Santana, não é preciso agendar visitas, basta chegar. Nos meses de Verão e nos finais de semana e feriados é cobrada uma taxa simbólica de preservação. A região central é outro atrativo de São João. Além de velhos casarios e ladeiras, a cidade tem vários pontos turísticos, como a bela Catedral de São João Batista, uma construção antiga e imponente com paredes desenhadas e vitrais com imagens de santos. Bem perto da catedral, encontra-se outro monumento arquitetônico, histórico, artístico e cultural da cidade, o Theatro Municipal de São João da Boa Vista, cuja arquitetura chama a atenção pela beleza. O prédio construído em estilo neoclássico tem formato de arco e foi todo feito de madeira para garantir a melhor acústica. Trata-se de uma réplica dos teatros de ópera italianos. No Brasil, existem apenas seis teatros municipais deste período, quatro deles no Estado de São Paulo.   Esse patrimônio histórico e cultural quase foi destruído para virar um estacionamento. Inaugurado em 1914 por iniciativa de um grupo de artistas sãojoanenses, o teatro perdeu muito de suas condições originais, chegou a ser transformado em rinque de patinação no gelo e sala de cinema. Mas a partir de 1983, sob ameaça de demolição, foi adquirido pela municipalidade para ser restaurado. Em 1987, iniciado o processo de restauro que levou quase duas décadas, o prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat). O Theatro, que comemorou seu centenário no ano passado, foi recuperado e hoje, apesar de não dispor ainda de equipamentos e luz e som, está em pleno funcionamento, sob a coordenação da Associação dos Amigos do Teatro Municipal (Amite). Mediante agendamento (fone: 19-3631-7653), os turistas podem visitar o espaço, conferir o retrato do maestro Antonio Carlos Gomes no alto do palco, e sua plateia, frisas, camarotes e galerias de cadeiras vermelhas. As comemorações do centenário, no ano passado, além de uma variada programação artística, foram marcadas pelo lançamento do livro Theatro Municipal (1914-2014), da historiadora Neusa Maria Soares de Menezes.Laticínio Montezuma   A Serra da Paulista guarda mais uma surpresa: o laticínio Montezuma, local de criação de búfalas leiteiras, com produção artesanal de derivados de leite de búfala. Mediante agendamento, os interessados podem conhecer a fazenda e as búfalas e acompanhar o processo produtivo. No local, há espaço para comercialização dos produtos, como queijo minas frescal, muçarela-bola, muçarela nozinho e em barras, manteiga, doce de leite, entre outros. O laticínio fica na Estrada Serra da Paulista, km 9, fone: (19) 3631-1294, falar com Edmilson ou Fábio. Museu a céu aberto São João da Boa Vista tem vários filhos famosos, como a pianista Guiomar Novaes, a escritora Patrícia Rehder Galvão, a Pagu, o escritor Orides Fontella, os músicos Sérgio, Odair e Badi Assad, e o escultor Fernando Furlanetto. Especializado em arte tumular, o escultor deixou sua marca em vários jazigos e mausoléus guardados no Cemitério Municipal São João Batista. Telma Corulli, do departamento de turismo do município, explica que antigamente a cidade tinha três cemitérios, um para os católicos, outro para não católicos e suicidas e um terceiro destinado aos negros e escravos. No início do século passado, as autoridades decidiram acabar com essa segregação e unificaram o cemitério, hoje um museu a céu aberto com pelo menos 300 peças de arte tumular tombadas e catalogadas. Furlanetto trabalhava especialmente com mármore de carrara, mas também tem peças em bronze. Para apreciar melhor as obras do escultor e outras peças artísticas, foi elaborado um folheto com a história do campo santo, que pode ser retirado gratuitamente na secretaria do cemitério. Algumas das peças de maior destaque do escultor são as dos jazigos das famílias Bueno, Joaquim Cândido de Oliveira e João Bruno Júnior, o mausoléu da família do Cel. Christiano Osório Oliveira e o túmulo de Alfredo, também chamado de “o menino das chupetas”. Uma lenda antiga dizia que as mães que desejavam ver seus filhos livres das chupetas, deveriam deixá-las aos pés da escultura. A prática persiste até hoje.

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