Os santos juninos

A Festa Junina reconhecida pelas bandeiras coloridas, quitutes típicos e músicas alegres e envolventes pode até ser bastante brasileira atualmente, mas o passado europeu explica a presença de três figuras importantes e centrais das festividades: São João, Santo Antônio e São Pedro. Uma versão da festividade já era celebrada em Portugal, há bastante tempo, a partir das tradições católicas tão enraizadas naquele país. Com o início da colonização do Brasil pelos portugueses, estes trouxeram a comemoração, que foi incorporada e adaptada para todo o território brasileiro com as peculiaridades de cada lugar. 

Se hoje o nome é Festa Junina, referente ao mês de junho, ela já chamada de Joanina, em homenagem a São João. O santo era a inspiração para festas desde o início do século XVII. São Pedro e Santo Antônio foram agregados às festividades do período posteriormente. Conheça a história de cada um e o que representam nas celebrações. 

SANTO ANTÔNIO: O CASAMENTEIRO 

Treze de junho é o Dia de Santo Antônio, popularmente conhecido como “Santo Casamenteiro”. Antônio de Pádua nasceu em Lisboa, capital portuguesa, no século XII e faleceu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231. Ele foi um frade franciscano de vida simples, reconhecidamente eloquente e que se dedicou a cuidar dos mais pobres. Foi reconhecido como santo apenas 11 meses após sua morte. 

Segundo a crença popular, Santo Antônio é uma figura que ajuda as mulheres a encontrarem bons maridos. Nas Festas Juninas, as simpatias são comuns. Para conquistar o par almejado, vale mergulhar a imagem do santo de cabeça para baixo em um copo com água, retirando-o somente quando o amor chegar. Em outra simpatia, escreve-se o nome da pessoa amada em uma fita vermelha, que é amarrada ao sutiã (ou no braço) e usada por sete dias, reforçando o desejo. Após o período, tira a fita, que deve ser colocada em um envelope branco e levada para uma igreja ou colocada em um altar de Santo Antônio. Para quem já encontrou o amor, a simpatia diz que é preciso comer com o seu par um pedaço do tradicional bolo do santo, para fortalecer o laço. 

SÃO JOÃO: PROTETOR DAS COLHEITAS 

O Dia 24 de junho é dedicado a São João Batista, o profeta que batizou Jesus Cristo nas águas do Rio Jordão e que preparou a chegada do Messias, anunciando-o para a população de modo que ele fosse reconhecido pelas pessoas. O santo é conhecido como “Protetor das Colheitas” e inspira celebrações marcadas com fogueiras, fartura de alimentos, danças e roupas coloridas, em uma simbologia de proteção divina e abundância. No Brasil, essa festa a São João caiu no gosto popular e ainda que cada região tenha sua peculiaridade na maneira de comemorar, a tradição da mesa farta mantém-se em todos os lugares. 

SÃO PEDRO: GUARDIÃO DOS PESCADORES 

Já no fim do mês, 29 de junho é a data que celebra São Pedro, um dos apóstolos mais próximos de Jesus Cristo e considerado o primeiro Papa da Igreja Católica. Foi um pregador corajoso na missão de espalhar o evangelho. Segundo a crença popular, ele é responsável por controlar o clima e tem as chaves do céu, além de ser considerado o Guardião dos Pescadores. É comum ver a imagem do santo como padroeiro das celebrações juninas e de procissões, muitas vezes encarregadas de agradecer pelas bênçãos recebidas e de pedir proteção, prosperidade e boas colheitas.

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