CARMINA BURANA

Orquestra Sinfônica de Campinas lota a Estação Cultura

Cerca de 1,2 mil pessoas ocuparam a plataforma da estação, muitos munidos de cadeiras e bancos dobráveis, para acompanhar a apresentação da cantata 'Carmina Burana',

Delma Medeiros
10/05/2015 às 17:43.
Atualizado em 23/04/2022 às 14:09
Aplausos entusiasmados em pé, bis da ária mais conhecida e um público extasiado: foi assim a apresentação da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas na Estação Cultura ( Carlos Sousa Ramos / AAN)

Aplausos entusiasmados em pé, bis da ária mais conhecida e um público extasiado: foi assim a apresentação da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas na Estação Cultura ( Carlos Sousa Ramos / AAN)

Aplausos entusiasmados em pé, bis da ária mais conhecida e um público extasiado. Foi assim a apresentação da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas na noite deste sábado (9) na Estação Cultura, “um presente antecipado pelo Dia das Mães”, segundo o diretor artístico e maestro titular Victor Hugo Toro, regente do concerto. Cerca de 1,2 mil pessoas ocuparam a plataforma da estação, muitos munidos de cadeiras e bancos dobráveis, para acompanhar a apresentação da cantata Carmina Burana, de Carl Orff (1895-1982), uma das obras sinfônicas de coral mais conhecidas do grande público. O concerto teve a participação dos coros Collegium Vocale Campinas, Madrigal Vivace e Meninos Cantores de Campinas, respectivamente sob as regências de Akira Kawamoto, Vastí Atique e Natália Larangeira, além dos solistas convidados, a soprano chilena Madelene Vásquez Villarroel, o contratenor Paulo Mestre e o barítono uruguaio Alfonso Mujica. “Conheço a Sinfônica desde os anos 1970, vi pela primeira vez quando ela participou de uma montagem da peça Hipólito (direção de Teresa Aguiar) no teatro de arena. Sempre acompanho. Acho fantástico para a população ter esse contato com a arte, que é o que desperta a sensibilidade do ser humano. Fazer a apresentação aqui democratiza o acesso. No teatro o ingresso não é caro, mas mesmo assim é inacessível para muitos”, comentou a ativista de direitos humanos Janice Pizão. “Muitos ainda não conhecem esse patrimônio que é a orquestra. É preciso ampliar essas ações.” “Sempre acompanho e gosto muito da orquestra, mas nunca assisti uma apresentação nesse espaço. Acho uma iniciativa muito boa, o lugar é apropriado, já que Carmina Burana é uma viagem, uma música apoteótica”, afirmou o ator Sergio Ferreira. “O som sai diferente num lugar assim. É muito interessante, a Sinfônica combina com esse espaço”, reforçou o técnico de teatro Gilberto Gatti. “É muito legal ocupar esse espaço. É interessante ter momentos pagantes, nos teatros fechados, e também apresentações gratuitas, como esta. Poderiam melhorar a acústica e as técnicas de som e também prever e se organizarem para o grande número de pessoas que possam aparecer. Campinas tem uma tradição de grande público, então seria legal ter maior número de cadeiras e colocá-las de uma forma que se possa ver o palco. Mas a iniciativa da apresentação aqui foi excelente. Adorei”, disse a psicodramatista Teca Nuzzo. Situação confortável O maestro lembrou que há 18 anos a Sinfônica não executava Carmina Burana, “uma peça maravilhosa, visceral”. Toro citou que num momento em que instituições artísticas enfrentam problemas financeiros no Brasil, a Sinfônica de Campinas está numa situação bem confortável. “Muitas orquestras estão suspendendo temporadas, cancelando a participação de solistas convidados (o Conservatório de Tatuí acaba de dispensar 28 músicos e de suspender alguns eventos tradicionais de seu calendário), a Sinfônica de Campinas tem cumprido tudo o que se comprometeu a fazer, graças ao apoio da Prefeitura e Secretaria de Cultura”, disse o maestro, agradecendo ao prefeito Jonas Donizette e ao secretário de Cultura, Ney Carrasco, ambos presentes na apresentação. “Já assisti a Sinfônica Bahiana, do maestro João Carlos Martins, aqui na Estação. Não perderia a apresentação da Sinfônica de Campinas. Adoro a Orquestra e acho fundamental para a cultura essa democratização, é básico para o desenvolvimento das pessoas”, afirmou a estudante Fernanda Folharini, que foi acompanhada da mãe, Rita de Cássia Folharini, que endossou as palavras da filha.

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